A insatisfação dos boa-vistenses com o serviço de internet móvel prestado pelas operadoras de telefonia móvel foi comprovada pela publicação de indicadores do mês de março da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A entidade reguladora determina que seja entregue, pelo menos 95%, da velocidade contratada pelo cliente. Apenas uma das quatro prestadoras do serviço que atuam no Estado atingiu a meta.
O levantamento, feito em todo o País, mostra que um dos piores casos é o de Roraima, onde três das quatro prestadoras do serviço estão abaixo dos padrões estabelecidos. A entrega não superou 55,5% do contratado pelos clientes da Tim. Já os usuários da Oi receberam apenas 56,9%. E os da Claro, ficaram mais próximos da meta, com 93,8%. A única operadora a obedecer ao padrão foi a Vivo, entregando 98,41% da velocidade prometida no contrato.
O baixo desempenho das operadoras é sentido pelos clientes. A funcionária pública Rosângela Martins informou que não consegue utilizar a internet móvel em sua residência no bairro Caranã, zona Oeste da Capital. “Quando estou em casa, a velocidade é muito baixa. Não consigo abrir uma rede social. Quando estou no Centro ou nos bairros próximos, o sinal é uma maravilha, acredito que pela proximidade das antenas”, disse ao destacar que a empresa deveria investir na expansão do sinal.
O estudante William Andrade relatou que além do sinal fraco, o pacote de dados não chega a durar 30 dias. “Uma semana depois que faço a recarga já recebo uma mensagem informando que utilizei 100% da minha franquia. Para não ficar sem acesso, contrato diversos pacotes menores no decorrer do mês”, relatou.
A dona de casa Cláudia Carvalho afirmou que não consegue utilizar o pacote de dados de sua operadora e que só utiliza internet no aparelho nos locais com acesso à rede sem fio de internet. “Acabo me tornando refém do wifi, pois meu sinal é tão fraco que não consigo postar nenhuma foto”, enfatizou.
TIM – A assessoria de comunicação da TIM informou, por meio de nota, que a operadora acompanha, com atenção, a medição da banda largamóvel realizada pela Anatel e reitera que está focada na melhoria do serviço, de forma a acompanhar o constante crescimento do tráfego de dados.
Ainda em nota, a companhia reiterou que mantém investimentos constantes em projetos de infraestrutura e qualidade, que representam a maior parte do orçamento, e que todo o trabalho pode ser acompanhado no portal da empresa.
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OI – A assessoria de comunicação da Oi respondeu, por meio de nota, afirmando que a empresa está priorizando investimentos em suas redes de telecomunicações, com ênfase no tripé Operações, Engenharia e TI, com foco na qualidade do serviço aos clientes em todas as regiões. Informou ainda que em 2014 fez investimentos na expansão e melhoria da qualidade da rede móvel (3G e 4G).
“Sobre os resultados da medição feita pela Anatel, a Oi esclarece que as situações em que as metas estipuladas não foram alcançadas já foram mapeadas e estão sendo cuidadosamente analisadas e tratadas pela companhia”, encerrou a nota.
CLARO – A Folha entrou em contato com a assessoria de comunicação da Claro, mas não houve resposta até o fechamento da matéria.
METAS – As metas a serem atingidas pelas operadoras foram criadas em julho de 2012 pela Anatel. Na época, a entidade aferidora de qualidade informou que avaliaria as empresas por um período de dois anos. Durante este tempo, passaram a ser exigidos planos de investimentos para a melhoria dos serviços. Desde então, a agência avalia, de forma trimestral, os indicadores para verificar se a exigência estava sendo cumprida.
O resultado da avaliação bienal foi divulgado no início do mês de maio. A Claro atingiu um índice de cumprimento das metas de qualidade de 93,1%, a Tim de 86,1%, a Vivo 85,3 % e a Oi 78,1%.
As medições são feitas em todo o País com o auxílio de consumidores voluntários. Eles precisam preencher um formulário para se inscreverem como candidatos. A escolha final é feita por meio de sorteio e os destacados são monitorados por meio de equipamentos de medição. Os dados são automaticamente encaminhados para a Anatel.
Os descumprimentos passam por análise e procedimentos internos na reguladora para que cada empresa tenha direito a justificar sua falha. As companhias podem ter que arcar com multa de até R$ 10 milhões pelo descumprimento de cada meta. (I.S)
