Cotidiano

Tráfico de drogas ainda é principal motivo de homicídios entre jovens

O envolvimento com a venda e o uso de entorpecentes continuará sendo a maior causa das mortes

Tráfico de drogas ainda é principal motivo de homicídios entre jovens Tráfico de drogas ainda é principal motivo de homicídios entre jovens Tráfico de drogas ainda é principal motivo de homicídios entre jovens Tráfico de drogas ainda é principal motivo de homicídios entre jovens

O número de jovens envolvimentos no crime sofreu um crescimento preocupante em relação ao ano passado, com mais de dois mil casos registrados somente no primeiro semestre de 2016, um número sete vezes superior ao que foi registrado no mesmo período no ano passado.

Considerando somente os casos de homicídios, os registros também revelaram um aumento da participação da juventude na criminalidade. Conforme os dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), em 2015 foram apenas quatro registros de casos de homicídio e 32 casos, em 2016.

No entanto, o número de casos de jovens vítimas de assassinatos sofreu uma diminuição, informou a delegada Miriam Di Manso, titular da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) da Polícia Civil. De acordo com Miriam, somente no primeiro semestre de 2015 foram registrados 21 casos de jovens vítimas de homicídios, do gênero feminino e masculino, na faixa etária dos 13 aos 24 anos. Já nos primeiros seis meses de 2016, o registro aponta somente seis casos.

“Nos seis primeiros meses de 2015, nós registramos 21 casos de vítimas que morreram em decorrência do crime, então, foram homicídios consumados. Comparativamente com os seis primeiros meses de 2016, teve uma redução considerável, pois no primeiro semestre houve apenas o registro de seis casos”, reforçou a delegada.

A delegada, no entanto, acredita que a redução é relativa e que não há como mensurar uma razão em especial pelo baixo número de registros de homicídio. “Nada impede que em 2017, ou até mesmo no segundo semestre de 2016, esse aumento volte a ocorrer. Pode ser que nesses próximos seis meses os homicídios aconteçam em número elevado que possam superar os dados do ano passado”, afirmou.

TRÁFICO DE DROGAS – Além do crescimento dos casos de homicídios, outro dado relevante é o aumento do envolvimento dos jovens com entorpecentes. De acordo com os dados repassados pela Sesp, o número de casos de jovens envolvidos com entorpecentes também cresceu, com o registro de 13 novos casos de tráfico de drogas e mais 35 novos casos de uso e porte de drogas somente de janeiro a maio deste ano.

Para a delegada Miriam Di Manso, esse aumento também pode contribuir para os casos de homicídio entre jovens. Segundo as estatísticas repassadas pela titular da DGH, no ano passado, a maior motivação dos crimes de homicídio entre jovens foi o envolvimento com as drogas, com nove crimes, o que representa 43% dos casos. Em segundo lugar estão os casos motivados por vingança, com oito casos, representando 38% dos crimes.

Em 2016, até o momento, foram registrados dois casos de homicídio por vingança e apenas um caso por envolvimento com droga. As demais ocorrências foram em razão de confronto com a polícia e em uma tentativa de roubo com reação da vítima.

Apesar da redução registrada em 2016, a delegada acredita que a maior motivação dos crimes de homicídio nessa faixa etária continuará sendo o envolvimento dos jovens com o tráfico, porte e uso de drogas. “A gente sempre reitera que as causas mais evidentes são as de envolvimento com o tráfico de drogas, como usuários e pequenos vendedores”, avaliou Miriam.

Crimes são registrados em mais de uma delegacia

Ainda em entrevista à Folha, a titular da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), Miriam Di Mans, criticou a forma como são elaboradas as estatísticas estaduais, em especial as da Secretaria de Segurança Pública. “A gente considera que é problemática a estatística da Sesp”, revelou.

Segundo Miriam, não há um sistema de filtragem de informações e controle dos dados repassados pelas delegacias na Capital em razão de os boletins de ocorrência serem encaminhados de unidades diferentes e que por isso a DGH prefere dar preferência aos dados recolhidos pela sua própria unidade.

“Acontece de ter situações de crimes de homicídio sendo registrados em três delegacias diferentes. Por exemplo, a delegacia que registrou um homicídio no 3º DP manda esse dado, um parente que tomou conhecimento desse fato vai no plantão do 5º DP e registra este mesmo fato, então nós temos o mesmo fato registrado três vezes e a ocorrência é uma só”, afirmou a delegada. “Eles ainda não têm um sistema que confronta as informações e detecta pelo local do fato, pelo nome da vítima. É difícil trabalhar com estatística desta forma”, criticou. (P.C.)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.