Cotidiano

TJ identifica 2 crianças Yanomami em processo de adoção após relato do CIR

Outras cinco crianças estão em abrigo do estado. Tribunal de Justiça de Roraima afirma que não há registros ou denúncias de irregularidade nos processos de adoção.

Crianças e mulheres Yanomami acolhidas na Casai-Y - Foto: Nilzete Franco/FolhaBV
Crianças e mulheres Yanomami acolhidas na Casai-Y - Foto: Nilzete Franco/FolhaBV

Duas crianças Yanomami estão em processo de adoção. Os casos foram identificados pela Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), após o Conselho Indígena de Roraima (CIR) relatar que meninas e meninos indígenas são entregues para adoção, depois dos pais perderem a guarda dos filhos.

Além dessas duas crianças, outras cinco estão em acolhimento institucional, conforme o Tribunal. O CIR afirma que os casos relatados ocorrem principalmente com os Yanomami do subgrupo Yawari, que ficam em situação de rua e vulnerabilidade quando visitam as sedes dos municípios.

“Os autos correm em segredo de justiça, motivo pelo qual não é possível o fornecimento de detalhes sobre as partes. Tão logo o levantamento esteja concluído, será remetido ao órgão solicitante”, detalhou o Tribunal em nota, que informou também não haver nenhum registro, denúncia, ou pedido de informação que apontem irregularidades em qualquer processo de adoção.

Assim como o Tribunal, o Conselho encaminhou o pedido de informações a outras 13 instituições publicas como o Ministério Público Federal, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Tribunal de Justiça e órgãos da prefeitura de Boa Vista e governo do estado.

O governo do estado informou que no abrigo infantil há seis crianças Yanomami, com idades de 6 anos, 7 anos, 12 anos, 1 ano e 3 meses, 1 ano e um bebê de 6 meses. A Folha procurou a prefeitura de Boa Vista para saber se há alguma criança indígena em acolhimento pelo município e aguarda retorno.

O MPF afirma que recebeu a denúncia e analisará quais as medidas cabíveis. Mas, por enquanto, não possui mais informações sobre o tema. Já a Funai, informou que apura a informação.