Cotidiano

Terceirizados paralisam serviço e cobram salário atrasado

Além dos atrasos nos salários, os funcionários denunciam que já falta material de limpeza para garantir a higiene na unidade de saúde

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Mais de 30 funcionários da empresa terceirizada UCS, que presta serviços de limpeza na Maternidade Nossa Senhora de Nazaré, paralisaram suas atividades por tempo indeterminado, cobrando o pagamento de salários e denunciando que estão há quatro meses sem receber.

Eles estão em protesto em frente a unidade, que começou na manhã desta sexta-feira, 13. Segundo os funcionários, a paralisação só vai acabar quando tiveram um posicionamento positivo de que o pagamento será realizado.

De acordo com os terceirizados nenhuma previsão é dada pela empresa sobre quando o pagamento será normalizado. Enquanto isso, os funcionários sofrem para cumprir com suas obrigações e até mesmo continuar trabalhando por falta de dinheiro para o deslocamento de suas casas até a maternidade.

“A empresa não dá satisfação nenhuma. Eu tô me virando com a ajuda do meu irmão. Ele não tem muito, mas me ajuda. É complicado porque as nossas contas não esperam, o dono da vila que eu moro quando chega o dia ele quer receber. Apesar de ser paciente, uma hora ele não vai mais aguentar eu morando de graça na casa dele, né”, alega Oneide Vieira da Silva, de 32 anos.

A funcionária afirma ainda que além do aluguel, ela e os colegas já estão com dificuldade para manter a própria alimentação de suas famílias e pagar as contas de água e luz. “Chega uma hora que não dá mais. A gente nem pode pegar fiado no comércio porque não tem previsão de quando pagar. A gente já aguentou o que pôde”, desabafou.

O terceirizado Elísio Ferreira, 38 anos, conta que, além dos problemas que enfrenta para manter as contas em dia e se alimentar, está correndo o risco de ser preso. Isso porque Elísio é divorciado e tem quatro filhos para quem paga pensão alimentícia, todas atrasadas. “A qualquer momento a justiça pode mandar me prender”, lamentou.

Além dos atrasos de salário, os funcionários denunciam que até mesmo o material de limpeza está escasso para a realização dos trabalhos, o que pode causar problemas graves de saúde aos pacientes, por conta do risco de infecção. Segundo eles, a empresa sempre alega que não tem recebido do governo o pagamento dos serviços, o que inviabiliza o pagamento dos funcionários e a aquisição de material para o serviço.

“Nem saco para colocar nas lixeiras não tem mais. Alguns setores já começaram a sentir porque é arriscado até pegar uma infecção”, disse, ressaltando que os locais mais atingidos com o problema é a Ala das Orquídeas e a sala de parto.

Natural de Ciudad Bolívar, a Venezuela Elenys Ramírez, 23 anos, também é outra servidora prejudicada com o problema. A jovem contou que parte do dinheiro que recebe vai para a família que ficou, uma vez que a situação por lá é ainda pior.

“Fico preocupada com eles, pois a situação por lá está bem complicada. Aqui em Roraima, eu estou hospedada na casa de uma amiga brasileira, mas não deixa de ser uma situação que incomoda, já que meu objetivo é me estabelecer até conseguir uma casa para morar”, completou.

O OUTRO LADO

A Secretaria de Saúde respondeu os questionamentos da reportagem por meio de nota. Conforme a Sesau, existe um esforço para “regularizar os repasses junto às empresas terceirizadas sem comprometer outros serviços”. A assessoria informou também que é mantido 30% do efetivo de terceirizados para realizar pelo menos os os serviços considerados essenciais. “A limpeza é concentrada nos locais mais críticos como centro cirúrgico, trauma, setor de esterilização e pronto atendimento. Outros serviços são remanejados para garantir que a população não seja afetada até que a questão seja solucionada”, garante a Sesau em nota, sem informar uma se quer uma previsão de quando deverá ser normalizado o pagamentos dos funcionários da UCS.

 

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