Cotidiano

Tenente acusa Coronel da PM de arbitrariedade em festa infantil no ACAS

Tenente acusa Coronel da PM de arbitrariedade em festa infantil no ACAS Tenente acusa Coronel da PM de arbitrariedade em festa infantil no ACAS Tenente acusa Coronel da PM de arbitrariedade em festa infantil no ACAS Tenente acusa Coronel da PM de arbitrariedade em festa infantil no ACAS

Uma ocorrência incomum aconteceu na noite do sábado, dia 8, quando o tenente da Polícia Militar V. M. teve a festa de aniversário de um ano do neto interrompida pelo coronel E.P., que estava incomodado com o barulho no local. O fato ocorreu no clube da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar (Acas).

Conforme o denunciante, o coronel E.P. acionou homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Companhia Independente de Polícia Ambiental (Cipa) a fim de barrar o evento. “Os policiais portavam armas de grosso calibre e, diante do constrangimento, os 150 convidados foram embora. É um sentimento de revolta”, disse.

Segundo ele, faltou bom senso para resolver o problema. “Quero denunciar o que aconteceu porque somos colegas de farda. Poderia ter me chamado e pedido para baixar o som se estivesse muito alto. Mas da forma como foi, entrando com a tropa, me abordando no meio da festa, com os convidados assistindo tudo, foi constrangedor”, afirmou.

V.M. contou que na tarde de sexta-feira, 7, quando ele fazia a limpeza do lugar, o coronel E.P. o intimidou dizendo que o clube estava embargado e que um evento ali seria inviável. “Eu o retruquei porque o presidente da Acas não havia dito isso, caso contrário, não teria concedido o espaço. Além disso, eu falei que era uma festa de criança, que o som seria ‘estável’, e que a festa só seria interrompida por ordem judicial”, contou.

No sábado à noite, durante a festa, o tenente foi surpreendido. “O coronel E.P. chegou com a tropa da Cipa e com o oficial do Bope em três viaturas. Fui abordado pelo soldado da Cipa que atendeu ao pedido do coronel para fazer a aferição do som, alegando que estava muito alto. Depois da avaliação dele, ficou estabelecido um padrão aceitável para uma festa de criança”, enfatizou.

O problema é que, com a entrada dos policiais, os convidados começaram a ir embora do aniversário. “O certo seria o policial entrar no local, chamar o organizador e dizer que recebeu a denúncia ou que o denunciante estava reclamando em razão do barulho, mas não foi o que aconteceu. Quando a gente percebeu os policiais estavam dentro do Clube”, comentou.

O tenente afirmou que, além do constrangimento, foi financeiramente prejudicado. “A alimentação e as bebidas da festa não foram aproveitadas. Sou um policial militar e estou sendo tratado dessa forma, de maneira arbitrária, sem levar em consideração o bom senso. Meu sentimento é de frustração”, acrescentou.

A denúncia foi formalizada junto ao Ministério Público do Estado (MPRR) e a Corregedoria da Polícia Militar. “Não vou permitir que fatos dessa natureza continuem ocorrendo. Sou um cidadão de bem e um policial militar com mais de 28 anos de serviço. Vou representá-lo junto à Corregedoria por essa atitude. Toda a minha família está abalada”, pontuou o oficial.

ACAS – O presidente da Acas, cabo M., disse que não poderia alugar o espaço porque o local está desativado, no entanto, concedeu o local para a realização da festa. “A piscina está embargada pela Vigilância Sanitária e, por isso, o uso está proibido. Mas o local não. Quando o tenente disse que faria a festa, eu o avisei do problema com a vizinhança, sabendo que o coronel sempre tenta impedir eventos ali. Se arrastar uma cadeira, ele fica incomodado”, argumentou.

O presidente da Acas afirmou que é intimidado sempre que realiza atividades no local. “Esses dias eu estava limpando, com o som do meu carro ligado, que não tem amplificador, não tem nada, quando de repente ele chegou e disse que o som estava perturbando ele. Eu desliguei para não criar caso e fui embora para não me estressar”, disse.

O cabo afirma que vai tomar providências. “Eu sou reformado, estou na reserva e não quero me incomodar. Por isso, não fui denunciar na Corregedoria. Não quero problemas e nem confusão, mas ele está passando dos limites, vou ter que tomar providências”, concluiu.

OUTRO LADO – O coronel E.P. disse que reside ao lado da Acas desde a década de 90. “São mais de 20 anos morando ali e o que acontece muitas vezes são questões de poluição sonora e perturbação do sossego. A minha casa é colada à Acas, então todo o som emitido ali gera um impacto dentro da minha residência, isso ocorre há anos. Para quem não está na minha pele é fácil julgar, mas para a minha família que mora ali, é muito complicado”, contou.

O coronel contou que na noite de sábado, 8, acionou a Cipa para resolver o problema. “O pessoal da Cipa foi até o local e aferiu o som. Inclusive, estou com uma cópia do relatório oficial, em que mostra que o volume estava muito acima do permitido. Então a lei deve ser respeitada. A gente trabalha o dia inteiro e merece descanso. É o nosso direito”, frisou.

CORPORAÇÃO – Em nota oficial, o Governo do Estado informou que a Polícia Militar esclareceu que, como em qualquer caso semelhante a este, a Corregedoria da Corporação vai apurar a ocorrência e o responsável por eventuais excessos será punido, conforme prevê a legislação.

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