
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Efetivos de Roraima (Sintraima-RR), Francisco Figueira, disse ter apurado que o Governo tem condições de conceder um reajuste salarial de ao menos 5% para os 32 mil servidores estaduais.
De acordo com o sindicalista, o Estado registrou excesso de arrecadação de mais de R$ 500 milhões apenas no primeiro semestre de 2025, o que reforça a possibilidade de custear R$ 15 milhões mensais com a medida.
Figueira também considera que o Estado, atualmente, vive um crescimento econômico e o Poder Executivo está com menos de 46,55% do orçamento comprometido com a folha de pagamento.
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O percentual é o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ele liga o alerta da gestão sobre o risco de ficar impedida de realizar novas despesas, caso supere a porcentagem.
O sindicalista, então, disse que apurou os dados no Fiplan (Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças).
Ademais, informou que eles coincidiram com os apresentados por técnicos da Sefaz (Secretaria Estadual da Fazenda) na última quarta-feira (23).
O relatório de gestão fiscal do atual quadrimestre deve sair até setembro. O anterior, disponível no Portal da Transparência, revela, no entanto, que o Estado superou o limite prudencial ao atingir 46,81%.
Proposta na mesa
Na terça-feira (22), o governador Antonio Denarium (Progressistas) propôs conceder um reajuste salarial escalonado de 5%, sendo 1% por mês até dezembro. A correção seria por perdas salariais de 4,83% de 2024, conforme a inflação.
Para concretizar a medida, Denarium determinou que os secretários estaduais apresentem um plano de cortes de gastos. Ele também disse esperar aumento na arrecadação estadual por meio do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e o recebimento de recursos federais.
Sindicatos pretendem intensificar a pressão sobre o Governo, por meio da ocupação da frente do Palácio Senador Hélio Campos no dia 12 de agosto. No mesmo dia, às 18h, o governador irá receber os sindicalistas para apresentar uma proposta final de reajuste.
Figueira apurou que há uma falta de planejamento real e controle das secretarias estaduais sobre as folhas de pagamento.
“Recurso financeiro tem, tá faltando, realmente, a vontade política que, acredito, o governador vai ter pra fazer a revisão geral sem parcelamento”, destacou.
Originalmente, os servidores defendem um reajuste de 16,47% por perdas salariais acumuladas desde 2019. Em maio, sindicalistas concordaram, após audiência pública na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), que cobrariam apenas 8,53% de reposição, mas agora já admitem que o reajuste poderá fechar em 5%.
Para o presidente do Sintraima, o Governo precisa entender que investir nos servidores gera retorno para a economia local.
“O empresário que vem pra cá vai ver que o Estado valoriza o servidor público, tem uma economia sólida, que existem clientes para consumir seus produtos e é onde pode gerar mais empregos”, avaliou.
Com a palavra, o Governo
Até a publicação da reportagem, o Governo não comentou o assunto.