Passados quase 16 anos, a Justiça de Roraima inocentou, agora a pouco, o ex-delegado da Polícia Civil, Silvino Lopes, acusado de ser mandante da chacina do Cauamé, crime ocorrido no dia 5 de novembro de 2000 na praia do balneário Cauamé, no trecho Norte da BR-174.
O julgamento, que durou mais de 12 horas, terminou esta noite no Fórum Criminal da Comarca de Boa Vista Ministro Evandro Lins e Silva. A acusação foi conduzida pelo promotor de justiça Carlos Paixão de Oliveira.
Na época do crime, o advogado Silvino Lopes era ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados em Roraima (OAB-RR), o que acabou causando grande repercussão na sociedade.
Um dos sobreviventes do massacre o reconheceu por meio de fotografia, o que motivou sua prisão.
Silvino Lopes foi inocentado da acusação de homicídio triplamente qualificado em razão do motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas e ainda por tentativa de homicídio.
Os crimes são previstos no artigo 121, combinado com 14 e 69, todos do Código Penal.
Esta é a segunda vez que o ex-delegado vai a julgamento e é inocentado. Em 2001, Silvino Lopes foi absolvido pelo júri, porém o MPRR recorreu e a justiça anulou o julgamento.
Apesar de recorrer da decisão, o réu teve todos os pedidos indeferidos, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal.
“O MP fez o seu papel. Em que pese o STF tenha acolhido o recurso do Ministério Público e determinado a realização de novo julgamento, o tribunal do júri, que naquela ocasião representa a sociedade, com toda sua soberania e contrário a prova dos autos, lamentavelmente absolveu o réu. Agora é aguardar a justiça divina” disse o promotor carlos paixão.
A decisão não cabe mais recurso.
O crime – Sete adolescentes e jovens, com idades entre 13 e 21 anos, foram brutalmente assassinados às margens do rio Cauamé. Outros dois jovens acabaram sobrevivendo à ação, mesmo feridos.
Um deles se fingiu de morto e uma jovem conseguiu fugir e ser socorrida por um homem que a levou até o Pronto Socorro, no Hospital-Geral de Roraima (HGR).