“Doação de Órgãos Transformando Vidas” é o tema do Setembro Verde deste ano. A campanha, realizada em todo o Brasil, busca sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos.
E em Roraima, a Sesau (Secretaria Estadual de Saúde), por meio da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO), está intensificando as ações de educação.
Na semana nacional do Doador de Órgãos, especialmente nesta quarta-feira (27), Dia Nacional da Doação de órgãos, serão realizadas ações voltadas aos profissionais de saúde.
Orientações sobre a importância da doação estão sendo ministradas de setor em setor a toda a equipe multidisciplinar do HGR (Hospital Geral de Roraima) e de outras unidades.
Paralelamente, alguns pontos da cidade – como o palácio Senador Hélio Campos e a sede do Conselho Regional de Medicina – estão iluminados na cor verde, como forma de chamar a atenção da população para o tema e informar que para ser doador de órgãos, basta avisar aos familiares sobre sua decisão.
A enfermeira da Central, Márcia Alencar, explicou que o processo de transplante de órgãos é muito complexo, principalmente na região Norte e Nordeste, devido às questões logísticas.
“O transplante pode ser uma realidade para os pacientes de Roraima, mas no momento estes procedimentos ainda são realizados por meio de TFD (Tratamento Fora de Domicílio)”.
Em Roraima, a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) realiza a primeira etapa do processo, que é a notificação dos potenciais doadores. Desde que a central foi estruturada, o diagnóstico de morte encefálica foi otimizado, possibilitando progredir no processo.
Para avançar para a próxima etapa, a de captação, a central está fazendo um trabalho de mobilização e sensibilização dos profissionais da saúde e da população do Estado. Isso porque para que a doação ocorra, é preciso antes de tudo que a família autorize e que os profissionais do hospital adotem os procedimentos necessários.
Durante as ações, são reforçados junto aos profissionais qual é o procedimento correto a ser adotado quando há uma suspeita de morte encefálica, que é o primeiro passo para o processo de doação.
Enquanto isso, a unidade trabalha para solucionar alguns entraves burocráticos e logístico que ainda dificultam a captação destes órgãos. “
Em breve serão contornadas algumas questões, tornando possível a captação de órgãos no Estado, principalmente córneas e rins que possuem um tempo maior de conservação e são mais viáveis para a realidade local”, ressaltou.
Entenda as etapas do processo de doação de órgãos: – Após o diagnóstico de morte encefálica, a família deve ser consultada e orientada sobre o processo de doação de órgãos.
Depois de seis horas de atestada a falência cerebral, o potencial doador passa por um novo teste clínico para confirmar o diagnóstico. Em seguida, a família é questionada sobre o desejo de doar os órgãos.
Mensagens por escrito deixadas pelo doador não são válidas para autorizar a doação. Por isso, apenas os familiares podem dar o aval da cirurgia, após a assinatura de um termo.
De acordo com o Ministério da Saúde, metade das famílias entrevistadas não permite a retirada dos órgãos para doação. Por isso, é importante conversar com a família ainda em vida para deixar claro esse desejo.
Captação – De um mesmo doador, é possível retirar os seguintes órgãos para transplante: coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele e ossos. Com isso, inúmeras pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos de um mesmo doador.
Nos 27 centros de notificação integrados, os dados informatizados do doador são cruzados com os das pessoas que aguardam na fila pelo órgão para que o candidato ideal, conforme urgência e tempo de espera seja encontrado em qualquer parte do país.
Os profissionais envolvidos no processo trabalham em contagem regressiva para não ultrapassar o tempo limite para a retirada dos órgãos e também para a preservação dos mesmos durante o transporte.
Transporte – Quando a doação é entre pessoas de Estados diferentes, o Ministério da Saúde viabiliza o transporte aéreo dos tecidos e órgãos. A pasta tem um acordo voluntário de cooperação com companhias aéreas para assegurar o translado. As empresas transportam os órgãos gratuitamente em voos comerciais, ou isso pode ocorrer com emprego da Força Aérea Brasileira (FAB).
Recuperação – Após o transporte, a unidade recebedora precisa confirmar se o órgão foi transplantado com sucesso e se não, explicar os motivos. Depois de transplantado, o paciente tem um pós-operatório semelhante ao de outras cirurgias.
A estimativa do Ministério da Saúde é de que a sobrevida dos pacientes depois de cinco anos da cirurgia é de 60% nos casos de transplante de fígado e pulmão; 70% para cirurgias de substituição do coração; e 80% para os transplantes de rim.
ASCOM/SESAU