Servidores do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei Leste) relatam possíveis transtornos e insegurança com o acampamento de indígenas ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR).
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Uma funcionária do distrito, por exemplo, reclamou, anonimamente, que alguns manifestantes entram em horário de expediente no prédio situado no bairro São Vicente, na zona Sul, para sujá-lo e danificá-lo.
“Usam som mecânico com caixa amplificada, o que causa transtornos aos funcionários que precisam trabalhar e de concentração, afinal estamos trabalhando com saúde, e demanda de cuidado e atenção”, completou.
Nessa terça-feira (24), guardas indígenas do Grupo de Proteção e Vigilância Territorial Indígena (GPVTI), armados com arco e flecha, entraram em conflito com um vigia do Dsei. A Polícia Militar (PMRR) foi chamada para mediar a situação.
“Um representante indígena informou que a situação estava importando e ressaltou apenas que havia um descontentamento em relação à guarda”, disse a PM, em nota, ressaltando ainda que prestou “as devidas orientações ao representante legal do órgão e ao guarda envolvido”.
A funcionária do distrito disse que o conflito gerou “pânico” e “insegurança” nos servidores.
“Não estamos trabalhando tranquilos, sentimos que a qualquer momento eles podem fazer alguma coisa contra os funcionários. Onde estão os órgãos competentes para verificar a situação? Já foram acionados? Sim, porém não estão tomando providências”, lamentou.
Motivo da manifestação
Na manifestação, que completa um mês nessa quinta-feira (12), os ativistas reiteram que não aceitam a nomeação da coordenadora Lindinalva Marques – empossada no último dia 5. Eles chegaram a fechar completamente o local entre 29 de maio e 11 de junho.
Indicada por cinco organizações (entre elas a Associação dos Povos Indígenas de Roraima), ela ficou em segundo lugar na votação da Assembleia das Organizações Indígenas para definir a indicação para o cargo.
Naquela ocasião, Mário Nicácio, indicado pelo CIR, venceu a eleição. No entanto, ele não pôde assumir a coordenação por entraves burocráticos na prestação de contas a nível federal.
Assim, o conselho decidiu indicar três opções sem deliberação colegiada – todas foram rejeitadas pelo Ministério da Saúde. Entre elas, a enfermeira Letícia Monteiro, última alternativa sugerida pelo CIR.
Com a palavra, o CIR
Até a publicação da reportagem, o CIR não se pronunciou sobre o assunto.