Servidores públicos federais de todo o Brasil estão se mobilizando contra a ausência de reajuste salarial da categoria no Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2019, enviado ao Congresso Nacional na semana passada. Pela falta de reajuste em 2018 e o risco de ficar sem a correção no ano que vem, a saída encontrada pela classe foi cobrar reação dos parlamentares federais.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado (Sindsep-RR), José Carlos Gibim, explicou que a dificuldade de diálogo junto ao Governo Federal reforça a cobrança junto aos parlamentares, tendo em vista a competência de voto de cada um e a possibilidade de apresentar emendas para garantir algum tipo de correção. “Vamos ver agora se os representantes têm compromisso com os servidores federais”, disse.
Em Roraima, a mobilização será organizada no sentido de unir a categoria para realizar assembleias e reuniões nos diversos locais de trabalho, a fim de mostrar o cenário adverso que está sendo apresentado aos servidores públicos e pressionar os parlamentares.
Gibim se lembrou da Emenda Constitucional 95 e destacou que se nada for feito, a realidade vai permanecer. A Emenda Constitucional 95, referente ao ajuste fiscal, preconiza o congelamento de investimentos públicos, incluindo o congelamento de salários de servidores. Na avaliação do presidente do Sindsep, a emenda se resume a uma política fiscal agressiva em relação aos servidores. “Apenas as elites do funcionalismo do poder Executivo, como auditores da Receita Federal, vão receber a correção. A grande massa, chamada grupo do ‘carreirão’, está de fora”, frisou.
Para a mobilização no Estado, o Sindsep está elaborando um calendário de assembleias e reuniões. Inclusive, durante a tarde dessa terça-feira, 24, foi realizada uma reunião na Central Única dos Trabalhadores (CUT) para tratar do assunto junto a outras entidades representativas na classe. A probabilidade de manifestações e greves não foi descartada pelo presidente, apesar de informar que a decisão será tomada pela própria classe.
Além da pauta do reajuste, Gibim pontuou que outros assuntos também devem ser debatidos durante os encontros, como medidas judiciais, a exemplo. “As assessorias jurídicas nacionais já estão se debruçando sobre demandas judiciais em relação ao não reajuste. Aqui não será diferente, temos pouco mais de 10 mil servidores que serão atingidos, entre ativos, aposentados e pensionistas”, concluiu. (A.G.G)