Servidores municipais com salários atrasados, no Município de Alto Alegre, a Centro-Oeste do Estado, intensificam a greve que já dura dois meses na Educação e Administração. Eles se concentraram ontem na praça central da cidade e protestaram que temem que os salários pendentes não sejam pagos com o fim do mandato do prefeito José Arimatéia da Silva Viana (PT), em dezembro, e com o bloqueio judicial nas contas da Prefeitura devido a empréstimos consignados junto à rede bancária.
Algumas categorias estão há quase quatro meses sem receber, segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alto Alegre (Sinmaa), Alexandre Jadson. A situação mais crítica é dos servidores da Educação e da Saúde, dois serviços importantes para a sociedade. Os da Educação seguem para o terceiro mês sem pagamento. No próximo dia 30, os da Administração completam quatro meses sem que o salário caia em conta. Os da Saúde estão há um mês sem receber.
“Os servidores da Saúde retomaram os trabalhos porque foi formalizado um acordo para que o pagamento deles seja realizado no próximo dia 30”, informou o sindicalista ao adiantar que se o acordo não for cumprido, a categoria retomará a greve. Para a Educação, o mesmo acordo foi firmado entre a Prefeitura, Ministério Público e o sindicato da categoria para que o pagamento do mês julho seja pago esta semana.
Um dos motivos de preocupação quanto aos acordos de pagamento, conforme o sindicalista, relaciona-se ao bloqueio judicial dos quase R$ 25 milhões nas contas do Governo do Estado por comprometer a distribuição de recursos vinculados ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
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Quanto aos servidores da Administração, Jadson disse que os prejudicados são de secretarias municipais, que também estão mobilizados. “Muitos servidores que são de cargos comissionados estão há sete meses sem receber”, informou o sindicalista ao reforçar que até o comércio fica prejudicado quando os servidores ficam impedidos de consumir.
Segundo ele, a greve tem intuito de chamar atenção das autoridades para que tomem providências, principalmente nesse momento em que se aproxima o término do mandato da atual administração. “Corremos risco de não ter os salários pagos porque haverá alteração no Executivo municipal. Precisamos de uma solução urgente”, frisou Jadson.
PREFEITURA – O prefeito José Arimatéia disse que a gestão municipal tem se esforçado para solucionar o problema e realizar o pagamento o quanto antes. Disse que há um acordo com as categorias para amortizar os meses em atraso. No entanto, lembrou do bloqueio das contas do Tesouro Estadual.
“Estamos nos esforçando para cumprir com os acordos e efetuar o pagamento dos servidores, mas com os recursos do ICMS comprometidos, estamos estudando maneiras para que todos recebam seus salários”, frisou o prefeito. (A.D)
