Cotidiano

Servidores da Sesai decidem por greve

Em Roraima, os servidores da UFRR e do INSS já haviam aderido ao movimento grevista em nível nacional

Servidores da Sesai decidem por greve Servidores da Sesai decidem por greve Servidores da Sesai decidem por greve Servidores da Sesai decidem por greve

Os servidores do Ministério da Saúde que atuam nos Distritos Sanitários Indígenas (DSEI) Leste e Yanomami se uniram, nesta segunda-feira, dia 10, ao movimente geral de greve dos servidores federais, que em Roraima já conta com a adesão da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A categoria se posiciona contra o reajuste de 21,3%, parcelado em quatro anos, proposto pelo Governo Federal e também pede melhores condições de trabalho.

O líder do movimento grevista, Gilvan Moura, informou que a categoria tem algumas reivindicações específicas da saúde indígena. Ele frisou que há quatro anos foi prometida aos servidores uma gratificação específica, que, até o momento, não foi concedida. “Estamos cansados de promessas, queremos mudanças”, disse.

Outro ponto da pauta de reivindicações é a substituição dos trabalhadores terceirizados. “O Tribunal de Contas da União e a Justiça do Trabalho já determinaram a contratação de servidores efetivos por meio de concurso público, mas, até o momento, isso ainda não foi cumprido. Temos que acabar com esse sistema de contratação, pois dentro de alguns anos, todo o serviço prestado será terceirizado”, declarou.

Além de questões salariais e contratação de servidores efetivos, a categoria também pede mudanças na estrutura, que é precária, segundo eles. Moura destacou que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), responsável pelos DSEI, foi criada com o objetivo de resgatar a atenção à saúde destes povos.

“Nós fomos desvinculados da Fundação Nacional de Saúde [Funasa] com este objetivo, mas, no momento da separação, não nos deram o suporte necessário para a execução de nossos trabalhos. Precisamos de mais polos-base, pois é neles que a saúde básica é ofertada, além de novos equipamentos e de manutenção daqueles já em uso. Estamos em uma situação caótica, que vem se desgastando ao longo dos anos”, frisou.

SERVIÇOS PREJUDICADOS – Moura informou que todos os servidores aderiram ao movimento. “Nós estamos respeitando o que a lei determina. Então, apenas 30% do quadro efetivo continua trabalhando, em um sistema de escalas, porém alguns dos serviços prestados acabam sendo prejudicados”, explicou.

Mas o movimento dificulta a logística. “Com a greve, os servidores ficam impossibilitados de chegar ou retornar das áreas indígenas. A rotina dos demais serviços também é alterada, como a dispensação de medicamento, o encaminhamento de processos, entre outros”, frisou.

SINDSEP – O Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Roraima (Sindsep-RR), entidade sindical que também representa os funcionários da Sesai, afirma que a greve continua até que o governo federa, apresente uma proposta que beneficie a todos.

O vice-presidente executivo do Sindsep-RR, José Carlos Gibim relatou que os servidores federais apresentaram uma proposta de reposição salarial de 27,3%. O percentual foi calculado com base nas perdas salariais ocorridas desde o último reajuste, concedido em 2012, que foi parcelado em três vezes. “Na época, concordamos em receber o reajuste de forma parcelada, porém o percentual de cada ano ficou muito abaixo da taxa da inflação”, explicou.

Segundo Gibim, para recuperar estas perdas, a solução seria um reajuste de 27,3%, já para o primeiro semestre de 2016. “Somente este ano, a inflação subiu cerca de 10%. Se aceitarmos esta proposta, o aumento será de 5,32% ao ano, ou seja, bem abaixo da inflação. Iremos comprar cada vez menos com o nosso dinheiro”, declarou.

Ele frisou que a categoria concordaria com os 21,3%, se fossem divididos em apenas dois anos. “Não sabemos se o Governo conseguirá controlar a inflação, pela experiência que tivemos, podemos dizer que não. Então, este é o nosso posicionamento oficial”, concluiu.  

Superintendência do Trabalho também pode anunciar adesão ao movimento

Servidores da Superintendência Regional do Trabalho em Roraima (SRT-RR) irão se reunir em assembleia para decidir se irão aderir ao movimento grevista. Segundo o analista jurídico do Sindsep e servidor da STR, Péricles Ferreira, a categoria está insatisfeita com as propostas apresentadas. “Então, há uma grande chance de aderirmos ao movimento nacional”, explicou.

Além da reposição salarial, os servidores federais lutam contra a aprovação do Projeto de Lei 4430, conhecido como PL da terceirização, que permite a substituição de todos os trabalhadores por terceirizados como forma de diminuir custos das empresas. “Nós somos totalmente contra essa terceirização. Isso só irá prejudicar o serviço público. Estão tentado monopolizar os nossos serviços. Precisamos nos posicionar contra isso”.

SERVIÇOS – Caso seja deflagrada greve dos servidores da Superintendência Regional do Trabalho em Roraima, a população ficará prejudicada ao buscar os serviços ofertados, como emissão da Carteira de Trabalho, solicitação de seguro desemprego e baixas nas carteiras.

“Se deflagrarmos greve, iremos respeitar a lei, que determina que 30% do quadro efetivo continue trabalhando. Os serviços continuarão a ser ofertados, porém em escala bem reduzida, o que em consequência irá proporcionar um longo período de espera”, declarou Ferreira. (I.S)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.