A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) decidiu tomar medidas para reforçar a segurança dos presos e dos seus visitantes. As novas regras estão afixadas em murais de todo o sistema penitenciário estadual. A declaração partiu após reclamações de familiares de presos das cadeias de Roraima, afirmando que estão sofrendo restrições quanto à entrada de alimentos e roupas.
O diretor do Departamento de Sistema Prisional, Alain Delon, disse que a Sejuc limitou a quantidade e os itens que podem ser levados pelas pessoas que visitam os presos, além de retirar fogões e botijas de todas as unidades prisionais. A intenção é evitar que os detentos utilizem os eletrodomésticos como armas contra os policiais, bem como a repetição de brigas como a ocorrida no dia 16 de outubro na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), com saldo de 10 mortos e seis feridos no horário de visita.
Somente o fogão e a botija da Ala das Mães, na Cadeia Pública Feminina de Boa Vista, continuarão no lugar. Eles são usados pelas presas que têm bebês para prepararem o mingau de seus filhos. “Diariamente, o Estado já fornece refeições a todos os presos. Por isso, ressalto que não pedimos que ninguém leve itens durante as visitas. Mas se eles quiserem trazê-los, não os impedimos. Entretanto, há uma triagem. Aquilo que precisa ser preparado lá dentro, como miojo, não pode entrar porque retiramos os fogões. Frutas que podem ser usadas para a fabricação de cachaça artesanal, também não. Podem entrar alimentos que possam ser consumidos no ato, como biscoitos, suco em pó, leite, açúcar, determinadas frutas como pêra e banana”, orienta a Sejuc.
Quanto à quantidade de alimentos e de roupas, Alain Delon ressaltou que é uma limitação semanal. Na Cadeia Feminina, por exemplo, cada presa terá direito a receber de seus familiares somente 2 calcinhas, 1 bermuda vermelha e 2 camisetas brancas por semana.
O diretor explicou que os detentos já possuem vestuário fornecido pelo Estado e decidiu controlar a quantidade porque havia grande entrada de sacolas cheias de roupas, que poderiam esconder objetos ilícitos. A partir daí, a Sejuc começou a fazer a triagem do número e também das cores das vestimentas. “Antes, em um mês havia pessoas que entravam com 6 sacolas”, comenta.
Outras medidas adotadas pela Secretaria são separar os presos e seus parentes em horários e dias de visitação diversos, para evitar a concentração de muitas pessoas no mesmo lugar. Com isso, espera-se impedir que o detento de uma ala assassine outro de outra ala, ou tome visitantes como reféns. “Ninguém está penalizando detento nem visitante, estamos melhorando o sistema prisional”, justifica Alain Delon.
HIGIENE – Sobre o kit de higiene e limpeza, que está em falta nestes locais, Alain Delon afirmou que a empresa vencedora da última licitação desistiu do fornecimento. Agora, a Sejuc prepara um contrato emergencial para que em breve os materiais sejam levados à penitenciária e às cadeias públicas. (NW)