Cotidiano

RR reforça combate após 4 mortes e 59 novos casos nos últimos dois meses

A secretaria estadual de saúde iniciou nesta semana ações de combate à tuberculose por conta do aumento do número de casos em Roraima. Somente nos dois primeiros meses de 2020 foram diagnosticados 59 casos, com registro de quatro óbitos confirmados (6,8%). O esperado pelo Ministério da Saúde é que seja menos que 5% de mortes.

O Boletim Epidemiológico também mostra que a incidência da doença cresceu nos últimos dois anos, com quase 30 novos casos de 2018 para 2019. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (03).

Em 2018, foram notificados 297 casos e em 2019 esse número passou para 324 contaminados. Em relação aos óbitos, em 2018 foram três mortes e em 2019 foram 19 mortes por tuberculose registradas. 

Os homens são os mais acometidos pela doença, representando 68% do total de casos, e a faixa etária mais vulnerável é a de 20 a 64 anos, com 240 registros.

Entre o fortalecimento das ações de controle foi feita, na manhã desta terça-feira, dia 3, no auditório da CGVS (Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde), a Oficina de Avaliação dos Indicadores da Tuberculose em Roraima.

A ação teve como finalidade discutir o alcance de metas para o combate à doença no território local, conforme explicou a gerente do NCTB (Núcleo Estadual de Controle da Tuberculose), Ângela Maria Félix.

“É comum a grande maioria dos pacientes com tuberculose ser tratada na capital e a avaliação da doença ocorrer por município de residência. Por esse motivo, é importante que os gestores tenham conhecimento de como estão os seus indicadores, uma vez que existem situações onde esses municípios têm registros da doença, mas ela não é tratada no local onde esse caso se originou”, destacou.

Participam das discussões gestores da atenção básica e responsáveis pelo programa de tuberculose nos municípios do Estado, representantes de saúde dos Distritos Sanitários Indígenas e população carcerária, ONGs (Organizações Não Governamentais) e entidades da sociedade civil.

 “Além de estarmos discutindo esses indicadores, nós vamos trabalhar em um plano que auxilie essas localidades. Esse planejamento já foi iniciado e falta somente os ajustes finais e o encaminhamento de recomendações em relação ao programa [de tuberculose]”, completou.

 A oficina também abrirá espaço para definição das ações que serão realizadas ao longo deste mês, já tendo sido definida a realização de um “Dia D” para conscientizar a população sobre a importância do tratamento contra a doença.

 “Estamos construindo o que será executado, no entanto, sabemos que é fundamental sensibilizar a população quanto aos cuidados que devem ser seguidos para melhorar os indicadores”, completou.

 As ações da Oficina de Avaliação dos Indicadores da Tuberculose em Roraima seguem até esta quarta-feira, dia 4.

A rede hospitalar concentra 50% da carga de demandas por tratamento, com destaque para o HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento). Esse resultado é atrelado principalmente ao diagnóstico tardio e ao baixo desempenho da Rede Básica de Saúde no atendimento a esses pacientes.

O tratamento contra a tuberculose é diário e contínuo, ou seja, não pode ser interrompido, podendo ser realizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A duração é de aproximadamente seis meses e todo o processo é assistido por um profissional de saúde.