Roraima tem renda média por pessoa de R$ 1.538 em 2024 e supera média do Norte

A renda média mensal por pessoa em Roraima chegou a R$ 1.538 em 2024, segundo o IBGE. O valor representa crescimento em relação a anos anteriores e coloca o estado acima da média da Região Norte, que historicamente registra os menores níveis de renda do país.

Mesmo com o avanço, Roraima ainda fica abaixo da média nacional, de R$ 1.848 no mesmo período. O indicador considera a soma de todas as fontes de renda da família dividida pelo número de moradores, servindo como um importante termômetro das condições socioeconômicas da população.


Desigualdades persistem entre regiões e municípios
Em 520 municípios brasileiros (9,3%), a renda média do trabalho foi inferior a um salário mínimo (R$ 1.212). No outro extremo, 19 municípios registraram rendimentos acima de quatro salários mínimos (R$ 4.848), evidenciando a forte desigualdade no país.
Os menores valores foram observados em Cachoeira Grande (MA), com R$ 759, Caraúbas do Piauí (PI), com R$ 788, e Mulungu do Morro (BA), com R$ 805. Já os maiores ficaram em Nova Lima (MG), com R$ 6.929, São Caetano do Sul (SP), com R$ 6.167, e Santana de Parnaíba (SP), com R$ 6.081.
Em Roraima, Boa Vista continua concentrando a maior parte da renda do estado, impulsionada pelo setor público e pelos serviços. Já os municípios do interior apresentam rendas bem menores, reflexo da dependência do funcionalismo e da limitada diversificação econômica.


Homens ainda ganham mais que mulheres
A desigualdade de gênero também aparece nos rendimentos. Em todos os níveis de escolaridade, homens recebem mais que mulheres. Entre quem tem ensino superior completo, a diferença é acentuada: R$ 7.347 para eles, contra R$ 4.591 para elas, uma diferença de 38%.
Em Roraima, as mulheres ainda têm menor presença no mercado formal e predominam em atividades informais e de baixa remuneração, como serviços domésticos e comércio.


Maioria dos trabalhadores ganha até um salário mínimo
O IBGE aponta que 35,3% dos trabalhadores brasileiros receberam até um salário mínimo em 2022, enquanto apenas 7,6% tiveram rendimentos acima de cinco salários mínimos. A concentração de renda segue como um dos maiores desafios do mercado de trabalho — sobretudo no Norte, onde a informalidade é alta.


Panorama em Roraima
A renda média de R$ 1.538 coloca Roraima à frente de Acre, Amapá e Pará, refletindo avanços pontuais na geração de empregos e na renda familiar. No entanto, especialistas destacam que o crescimento ainda depende fortemente do setor público e das transferências de renda, com pouca expansão da iniciativa privada.
O desafio, segundo o IBGE, é transformar o aumento da renda em desenvolvimento sustentável, ampliando oportunidades no interior e reduzindo a dependência de empregos públicos e benefícios sociais.



Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) 2024