Cotidiano

Roraima tem mais de 15 mil alunos indígenas

Roraima possui 15.118 alunos indígenas distribuídos nas 257 escolas em regiões indígenas

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Dados do Censo Escolar 2016 apontam que Roraima tem 15.118 alunos indígenas distribuídos nas 257 escolas em regiões indígenas e 1.525 professores. No Estado, a Seed (Secretaria Estadual de Educação e Desporto) atende alunos das etnias Yanomami, Macuxi, Wapixana, Yekuana, Wai-Wai, Taurepang, Ingarikó e Patamona. Para que as comunidades tenham educação de qualidade, o governo tem investido na formação e contratação de professores e na revitalização de escolas.

“O governo do Estado não tem medido esforços para oferecer educação de qualidade para as escolas da rede estadual, incluindo as Indígenas. Temos buscado alternativas para atender as demandas das comunidades. Um exemplo foi a recente reinauguração da escola Estadual Indígena Padre José Allamano, na comunidade Maturuca, revitalizada em parceria com o Exército Brasileiro”, lembrou o secretário de Educação, Jules Rimet Soares.

A Seed está fazendo a contratação dos professores aprovados no seletivo Indígena deste ano. Estão em fase de contratação, 1.477 professores para lecionar nos Ensinos Fundamental e Médio, EJA (Educação de Jovens e Adultos) e Ensino de Língua Materna Indígena. “Os professores contratados na semana passada já estão em sala de aula”, disse o chefe da Divisão de Educação Indígena, Milton Messias.

Ele lembrou que as escolas indígenas têm calendário letivo diferenciado. Para esses alunos, as aulas de 2017 começaram na última segunda-feira, 17 de abril, e vão cumprir 200 dias letivos. “O calendário é diferente por conta de questões culturais e peculiaridade de cada região. Também existem alguns feriados que eles não comemoram e seguem com aulas normalmente”, explicou.

Este ano a prioridade é voltada para cumprimento das metas para melhorar cada vez mais a educação indígena. “Além da contratação de professores, estamos com o curso Tami’kam. Nas próximas semanas vamos fazer atividades para os professores na parte pedagógica. Nossa meta é elevar o nível de qualidade da educação”, frisou. A meta também é continuar buscando parceria para revitalizar as escolas. “O secretário Jules Rimet tem dado atenção especial para as escolas indígenas e já avançamos bastante”, comentou.

TAMI’KAM – O curso Magistério Indígena Tami’kam começou em março para 200 professores Indígenas de cinco etnias: Macuxi, Wapixana, Yekuana, Wai-Wai e Taurepang. A primeira fase terá duração de 58 dias, com aulas de manhã e tarde. Para atender as particularidades de cada povo, a Gerência de Formação Indígena do Ceforr (Centro de Formação Profissional dos Professores de Roraima), buscou professores que já tenham vivência com a realidade dos povos indígenas, uma vez que a maioria dos participantes do curso fala a língua nativa.

“A grade curricular que estamos seguindo é específica para esta formação e vamos atender as especificidades de cada etnia conforme o projeto”, comentou Ineide Izidório, gerente da Formação Indígena. Ela ressaltou que o desafio não é somente realizar o curso de formação, mas atender de fato as necessidades dos povos.

PROJETOS – No planejamento da Gerência de Formação Indígena há 25 ações previstas para execução em quatro anos, conforme o projeto pedagógico gerido pelo Ceforr, que contempla ações de formações iniciais e continuadas.

As principais são os cursos de magistérios para os povos Ingarikó e Yanomami. Além disso, existe proposta de criação do curso de magistério para a etnia Wai-Wai a ser encaminhada ao MEC (Ministério da Educação). Este ano, além do magistério Tamî’kan e Amooko Iisandan, específico do povo Ingarikó, será realizado a formação continuada Murumurutá de Línguas Indígenas e formação para gestores.

“Dos anos 80 para cá obtivemos inúmeras conquistas no segmento da educação. Hoje é mais fácil ser professor indígena. Oportunidades e cursos surgiram”, disse o professor Antônio Carlos Justino Trajano, 48 anos. Indígena da etnia Macuxi, ele atua como professor de língua macuxi há seis anos na região de Baixo Cotingo, no município de Normandia. “Entre todos os avanços, o que mais comemoro é a inclusão do ensino da língua nativa na grade curricular, que antes não existia, e os cursos de formação”, frisou.
Ele começou a dar aula somente com formação de Ensino Fundamental. Agora ele participa do curso de Magistério Indígena. “O tami’kan traz conhecimento, didática e formação”, pontuou.

ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTE ESCOLAR – As 257 escolas em regiões indígenas recebem alimentação escolar fornecida pelo Governo. Para elas, o cardápio é diferenciado por conta da logística e do armazenamento.

Entre os produtos estão feijão, arroz, macarrão, açúcar, milho, farinha de tapioca, charque, carne de sol, biscoito, entre outros. O cardápio é elaborado pelo nutricionista do DAE (Departamento de Apoio ao Educando) da Seed.

A entrega dos produtos também é diferenciada. Nas escolas Indígenas com mais de 50 alunos, são deixados uma vez ao mês para 20 dias letivos. Já nas escolas indígenas com menos de 50 alunos ou para região que o deslocamento é por aeronave, os produtos são entregues a cada dois meses para 40 dias letivos. Em pelo menos 65 escolas o deslocamento precisa ser feito por aeronave.

Com informações do Governo do Estado

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