Em todo o país, o levantamento mostra uma mudança histórica no comportamento conjugal dos brasileiros (Foto Divulgação)
Em todo o país, o levantamento mostra uma mudança histórica no comportamento conjugal dos brasileiros (Foto Divulgação)

Roraima segue a tendência nacional de crescimento das uniões consensuais, aquelas em que o casal vive junto sem formalizar o relacionamento no civil ou no religioso. De acordo com os dados do Censo Demográfico 2022: Nupcialidade e Família, divulgados pelo IBGE, o percentual de pessoas vivendo nesse tipo de união no estado passou de 14,8% em 2010 para 18,6% em 2022.

Em todo o país, o levantamento mostra uma mudança histórica no comportamento conjugal dos brasileiros. Pela primeira vez, a união consensual tornou-se o tipo de relacionamento mais frequente, presente em 38,9% dos casos, superando os casamentos realizados no civil e religioso (37,9%). No total, 51,3% da população com 10 anos ou mais vivia em algum tipo de união conjugal, o equivalente a 90,3 milhões de pessoas.

Os dados também mostram transformações no perfil das uniões nas últimas décadas. Entre 2000 e 2022, aumentaram os casamentos apenas no civil (de 17,5% para 20,5%) e as uniões consensuais (de 28,6% para 38,9%). Por outro lado, diminuíram os casamentos realizados tanto no civil quanto no religioso (de 49,4% para 37,9%) e os apenas religiosos (de 4,4% para 2,6%).

As preferências variam conforme cor, religião e orientação sexual. O casamento civil e religioso ainda é predominante entre pessoas brancas (46,0%) e amarelas (48,2%), enquanto a união consensual é mais comum entre indígenas (56,0%), pretos (46,1%) e pardos (43,8%).

Entre os grupos religiosos, católicos (40%) e evangélicos (40,9%) são maioria nos casamentos formais, enquanto 62,5% dos sem religião vivem em união consensual.
O levantamento também destaca o aumento das uniões entre pessoas do mesmo sexo, que passaram de 58 mil em 2010 para 480 mil em 2022 — um crescimento de mais de oito vezes. Desses casais, 77,6% vivem em união consensual e 13,5% optaram por formalizar apenas no civil.

O avanço das uniões sem registro formal reflete transformações sociais e culturais no país, com maior aceitação de diferentes formas de convivência familiar e mudanças nas práticas religiosas e jurídicas. Em Roraima, o crescimento acima da média nacional reforça essa tendência de novas configurações conjugais.