O Ministério da Saúde vai repassar aos municípios e ao Distrito Federal R$ 152 milhões extras com o objetivo de reforçar o combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite doenças como a dengue, zika e chikungunya. Roraima, que tem 15 municípios, receberá R$ 910,629,43 em duas parcelas. A primeira, de R$ 546.377,60, foi liberada no dia 29 de dezembro através de portaria e chegará em breve aos cofres municipais. A segunda parcela é de R$ 364.251,72 e será paga após o Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), que pode ser entregue pelas secretarias de saúde até 30 de junho.
Na última vez em que este exame foi feito, em novembro, 855 cidades estavam em situação de risco de surto das três doenças. Ao todo, foram 1.487.673 casos de dengue até 10 de dezembro do ano passado, sendo a região Norte a menos infectada (38.461). 211.770 casos de zika foram anunciados e a região Norte foi a penúltima com o maior número (12.749). A chikungunya atingiu 263.598 pessoas até o dia 10 de dezembro, com 159 óbitos.
NÚMEROS – Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), em 2016 foram 1.563 casos de dengue notificados e 144 confirmados em Roraima. Foram 265 pessoas notificadas com zika e 103 casos foram confirmados. Outras 205 pessoas foram notificadas com chikungunya e oitos dos casos foram confirmados. A diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Estado, Luciana Grisotto, disse que nesta semana vários órgãos estão participando de videoconferências da Sala Nacional de Coordenação e Controle para o Enfrentamento à Microcefalia, coordenadas pelo Ministério da Saúde e especializada no combate ao Aedes aegypti.
Além das atividades exigidas de cada Estado no calendário elaborado pelo MS, a Sesau planeja unir-se à Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) na organização de ações educativas nas escolas e com a população. Luciana Grisotto explica que continuarão sendo feitas as borrifações nas ruas, o monitoramento dos municípios e as capacitações de profissionais onde há maior necessidade, de acordo com os índices de infestações apontados pelo LIRAa, que é feito todos os anos. “Apesar de os números de infestações terem baixado, ainda ficaremos em alerta por causa do período de chuvas. Neste ano também teremos troca de gestão nos municípios e é muito comum que entrem pessoas que não conhecem nosso trabalho. Por isso estamos preparando uma grande atualização e capacitação em todos os municípios de Roraima sobre nossas atividades e todas as epidemias que existem aqui”, avisa.
BOA VISTA – Enquanto não recebe os recursos prometidos pelo Ministério da Saúde, a Prefeitura avalia os locais com maiores infestações pelo Aedes Aegypti. Quando tiver os resultados, começará o trabalho de conscientização da população por meio de ações e campanhas.
Uma análise técnica também já está sendo feita para a aquisição de materiais para os trabalhos de campo, para a manutenção dos veículos e para os projetos educacionais com a população. A Prefeitura também avisa que a seleção de contratação de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes Comunitários de Endemias (ACE), acontecido em 2016, está na sua etapa final.
Em 2015, 1644 casos de dengue foram notificados em Boa Vista. Em 2016, foram 473, uma queda de 71%. A Chikungunya teve 411 casos notificados em 2015, caindo para 150 em 2016, 74% a menos. A Zika começou com 1300 casos notificados em 2015, e em 2016 foram 223, uma redução de 82%. (NW)