A forte estiagem que parte do Estado está enfrentando tem preocupado os órgãos de Defesa Civil, principalmente em relação à possibilidade de incêndios florestais ocasionados pelo uso descontrolado de queimadas por parte de agricultores desatentos.
Para ajudar na prevenção e no combate a focos de incêndios, a Defesa Civil de Roraima recebeu, na tarde de ontem, a ajuda de 46 homens do Corpo de Bombeiros Militar e da Defesa Civil do Amazonas para fazer parte da força tarefa que vai atuar no combate a focos de incêndios no interior do Estado.
Segundo informou o secretário da Defesa Civil de Roraima, coronel Cleudiomar Ferreira, a equipe amazonense se junta aos bombeiros de Roraima para reforçar as bases avançadas na parte de combate a incêndios florestais nos municípios do Amajari, Alto Alegre (ambos a Centro-Oeste do Estado), Iracema (Centro-Sul) e Cantá (Centro-Leste).
“Ainda não existe problemas graves de queimadas, mas já vamos manter esse pessoal nas bases para ficar em alerta, até porque o calendário de queimadas ainda não foi concluído em todos os municípios, principalmente nestes quatro municípios onde foi decretada situação de emergência”, frisou.
Os bombeiros manauaras trazem dois caminhões de combate a incêndio (tipo autotanque), um com capacidade de 15 mil litros e o outro de 5 mil litros, além de duas motos, ônibus, micro-ônibus e uma picape L200 para apoio operacional de deslocamento do pessoal para as bases. A estimativa é que a equipe permaneça em Roraima por 15 dias, vindo a ser substituída por outras equipes, caso haja necessidade da continuação dos trabalhos.
GASTOS – A Defesa Civil do Estado ainda não tem a previsão orçamentária de gastos com os programas emergenciais de combate à seca nos quatro municípios que foram decretados, esta semana, como de situação de emergência pelo Governo do Estado, conforme anunciou o secretário da Defesa Civil Estadual.
O coronel Cleudiomar Ferreira informou que a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) já iniciou o processo de contratação de máquinas e equipamentos que serão usados na escavação de cacimbas e limpeza de bebedouros já existentes nos quatro municípios. Além dessas ações, o Governo do Estado vai contratar carros-pipa e disponibilizar para os municípios que apresentarem deficiência em água potável para abastecer a zona rural.
Ele ressaltou que inicialmente os recursos aplicados serão do Estado. “Quando se decreta situação de emergência, o Estado tem a obrigação de dar suporte aos municípios, já que os pequenos municípios não têm condições de custear as despesas e dar essa resposta”, disse.
O governo tem dez dias, depois do decreto, para enviar a documentação para Brasília a fim de ter o reconhecimento da situação. “Vamos encaminhar até a próxima segunda-feira e, se a União reconhecer a decretação como necessária, poderá enviar aportes financeiros federais para o Estado”, explicou.
CRITÉRIOS – Embora os contratos sejam sem licitação, já que são emergenciais, foram estabelecidos alguns critérios para contratação de máquinas, entre eles, o secretário da Defesa Civil citou o de preço. Estamos aguardando o posicionamento da Seapa para saber quantos maquinários serão contratados e os valores que serão gastos neste primeiro momento”, disse.
A Seapa havia planejado, mas ainda faltava definir, que seriam quatro máquinas para o Município do Amajari e três para os municípios de Alto Alegre, Iracema e Mucajaí. “Só não posso informar agora os valores da hora trabalhada de cada máquina. Isso só será definido em reunião que deve acontecer ainda hoje [ontem] e que poderá ser divulgado logo depois”, disse.
Os quatro municípios dispõem de maquinários doados pelo Governo Federal através do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e que poderão ser utilizados nas obras emergenciais. O Estado vai fornecer o combustível. As ações emergenciais começaram na quinta-feira em alguns locais da zona rural de Alto Alegre e ontem no Amajari. (R.R)
Notícias Relacionadas
