Roraima registrou o maior crescimento do país no número de etnias indígenas declaradas entre os Censos de 2010 e 2022, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Estado passou de 62 para 117 etnias, um aumento de 88,7% em doze anos — o maior avanço percentual entre todas as unidades da federação. Assim, Roraima tem 29,9% das etnias do Brasil.
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Em sentido oposto, o Amapá foi o único Estado a registrar queda, passando de 55 para 52 etnias no mesmo período.
O levantamento destaca a forte presença dos povos Makuxi, que formam a terceira maior etnia indígena do Brasil, com 53.446 pessoas. Desse total, 52.204 vivem em Roraima, o que representa 97,7% da população Makuxi nacional. A maioria desse público, 68,31%, reside em terras indígenas.
Outro grupo expressivo é o dos Yanomami, com 10.695 pessoas em Roraima e 11.208 no Amazonas. Entre eles, 94,34% vivem em territórios indígenas, o maior percentual de todas as etnias do País.
O IBGE ainda identificou 62 línguas indígenas faladas por pessoas de cinco anos ou mais, e o município de Pacaraima aparece como o terceiro do Brasil com mais idiomas utilizados em terras indígenas: 20 línguas, atrás apenas de São Gabriel da Cachoeira (AM) e Bom Jesus do Tocantins (PA).
Em todo o país, o Censo 2022 identificou 391 etnias indígenas e 295 línguas faladas ou utilizadas nos domicílios. Os povos indígenas estão presentes em 3.923 municípios brasileiros, o que representa 70,5% das cidades do país.
Em Roraima, das 117 etnias registradas, 55 estão localizadas dentro de Terras Indígenas, o que reforça o papel do estado como um dos principais territórios de preservação cultural e étnica do Brasil.
