Cotidiano

Roraima está livre da febre amarela em humanos desde 2007

Com aumento de casos na Região Sudeste, procura pela vacina aumentou em Boa Vista

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Alguns estados do Brasil vivem um surto da febre amarela, doença infecciosa grave, causada por um vírus transmitido por artrópodes, que pode levar à morte se não for tratada rapidamente. Roraima não registra casos da doença em humanos desde 2007 e, para se manter desta forma, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) tem alertado os municípios, hospitais, clínicas, unidades de saúde e laboratórios sobre a importância de reforçar as ações de controle da doença.

A principal forma de evitar a contaminação é por meio da vacinação. Atualmente, mais de 31 mil doses da vacina estão disponíveis para a população. Desde 2013, foram aplicadas mais de 245 mil doses. A vacinação em si, bem como a execução das ações específicas de combate à doença é atribuição das gestões municipais.

Além das doses na primeira infância, o Ministério da Saúde recomenda vacinação imediata para todas as pessoas que vivem em áreas rurais nas regiões com risco da doença e nas cidades que vivem surto de febre amarela. Quem nunca recebeu imunização contra a doença também deve procurar um posto de saúde.

No período de 1999 a 2016 foram confirmados sete casos de febre amarela em residentes dos municípios de Boa Vista, Mucajaí, Uiramutã e Caroebe, onde foi registrado o último caso em humanos, no ano de 2007.

Em 2017, um macaco, que é tão vítima da doença quanto os humanos, morreu de febre amarela em Rorainópolis. O Estado recolheu o primata para as análises e enviou uma equipe do Núcleo Estadual de Imunizações para auxiliar os municípios a realizar as ações de vacinação no entorno da área onde foi encontrado o animal. As ações preventivas contra a febre amarela em Rorainópolis também foram reforçadas à época, com o trabalho de pulverização de inseticida por meio de carros fumacê para o combate do mosquito Aedes aegypti, um dos transmissores da doença.

Sobre o controle transfronteiriço da doença, o Governo do Estado tem buscado apoio do Governo Federal para implantação de uma barreira sanitária com vacinação, enquanto vem estudando alternativas para atender esta demanda o quanto antes, considerando que o governo tem arcado com inúmeros custos em consequência desta onda migratória. O Estado também tem promovido ações pontuais de vacinação específica para o público imigrante.

Procura por vacina na capital aumentou

Após as notícias de novos casos de febre amarela pelo país, mais especificamente na Região Sudeste, a procura pela vacina que imuniza contra a doença cresceu em Boa Vista. A Prefeitura de Boa Vista orienta, porém, que as pessoas que já tomaram a vacina não precisam do imunobiológico novamente.

A administração municipal informou ainda que a vacina contra febre amarela está disponível na rede municipal de saúde e que tem estoque suficiente para garantir a imunização da população. Em regiões endêmicas para febre amarela, a vacina está disponível rotineiramente o ano inteiro. Nos últimos dez anos, os 17 casos notificados da doença em residentes de Boa Vista foram descartados.

Em Boa Vista, o público-alvo para vacinação são crianças de nove meses a adultos com até 59 anos que ainda não têm nenhuma dose da vacina comprovada. Pessoas com 60 ou mais, bem como gestantes e puérperas deverão ser vacinadas somente após avaliação médica, que vai observar o enquadramento ou não nas contraindicações.

“É importante esclarecer a população que não há motivo para a busca da vacina de forma indiscriminada. As pessoas que não têm histórico de vacinação ou comprovação da vacinação no cartão de vacina devem procurar uma unidade básica de saúde. Porém, quem já recebeu uma dose ou possui o registro da vacina contra a febre amarela é considerado imunizado para toda vida”, reforçou.

Qual é a diferença entre a febre amarela silvestre (FAS) e a febre amarela urbana (FAU)?
A diferença entre elas é o vetor: na cidade, a doença é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue. Na mata, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus. Apesar disso, o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença resultante da infecção.

O que é a febre amarela silvestre (FAS)?
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), que pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente. A doença é comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus.

Como a doença é transmitida?
A febre amarela silvestre é transmitida através de picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações à beira dos rios. Quando o mosquito pica um macaco doente, torna-se capaz de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem.

Como a doença pode ser evitada?
A única forma de evitar FAS é através da vacinação. É altamente eficaz e segura para o uso, é disponibilizada a partir dos nove meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a partir de seis meses de idade, em situações de surto da doença.

Que lugares constituem áreas de risco?
Locais que têm matas e rios onde o vírus e seus hospedeiros e vetores ocorrem naturalmente são identificadas como áreas de risco. No Brasil, no entanto, a vacinação é recomendada para as pessoas a partir de nove meses de idade que residem ou se deslocam para os municípios que compõem a Área Com Recomendação de Vacina.

Qualquer pessoa está em risco de contrair febre amarela silvestre?
Sim. Qualquer pessoa, independentemente da idade ou sexo, que vive nas áreas endêmicas ou que visitam áreas endêmicas sem ter sido vacinada, pode ter a doença.

Quanto tempo leva para que a doença se torne aparente?
De três a seis dias após ter sido infectada, a pessoa apresenta os sintomas iniciais.

Quais os sintomas da doença?
Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% dos pacientes apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20-50% das pessoas que desenvolvem a doença grave podem morrer.

O que você deve fazer se apresentar os sintomas?
Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas e se você observou mortandade de macacos próxima aos lugares que você visitou. Informe ainda se você tomou a vacina contra a febre amarela e a data.

Como a febre amarela silvestre é tratada?
Não há nenhum tratamento específico contra a doença. O médico deve tratar os sintomas, como dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos. Salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico. Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença.

A febre amarela silvestre é contagiosa?
A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa, e entre animais e pessoas. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.

Saiba mais sobre a febre amarela

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