Roraima registrou, em 2024, a menor taxa de divórcios do Brasil: apenas 0,2 divórcios por mil habitantes, segundo as Estatísticas do Registro Civil divulgadas pelo IBGE nesta terça-feira (10). O estado aparece no fim da lista nacional, bem abaixo da média brasileira, que é de 2,7.
Do outro lado do ranking, Rondônia lidera com 4,9 divórcios por mil habitantes, seguida por Distrito Federal (3,8) e Mato Grosso do Sul (3,7). Mesmo com o índice reduzido, Roraima está na região que apresentou a maior alta nas separações no comparativo anual.
Norte foi a única região onde os divórcios aumentaram
Entre as cinco regiões brasileiras, apenas o Norte registrou crescimento no número de divórcios: alta de 9,1% entre 2023 e 2024. Todas as demais tiveram queda:
Sul: -1,4%
Sudeste: -2,5%
Nordeste: -3,1%
Centro-Oeste: -11,8%
O movimento contrasta com o comportamento nacional. Em 2024, o Brasil teve 428.301 divórcios, uma redução de 2,8% em relação a 2023, quando foram registrados 440.827. A última queda semelhante havia ocorrido em 2020, no auge da pandemia.
Duração dos casamentos está diminuindo
O estudo também mostra que os brasileiros têm se divorciado mais rapidamente. Em 2010, os casamentos duravam, em média, 16 anos até a separação. Em 2024, o tempo médio caiu para 13,8 anos, repetindo o patamar de 2023.
O período é calculado a partir da data do casamento até a sentença judicial ou escritura extrajudicial.
Comportamento cíclico
Para a gerente da pesquisa, Klívia Brayner, as oscilações fazem parte do comportamento histórico dos divórcios no país:
“A queda na quantidade de divórcios é pequena. Quando olhamos a série histórica, vemos que essas variações são cíclicas. É preciso esperar as próximas divulgações para saber se isso indica mudança de tendência.”
Guarda compartilhada se torna majoritária pela primeira vez
Um dos destaques do levantamento é a mudança no arranjo familiar após as separações. Pela primeira vez desde o início da série histórica, a guarda compartilhada entre pais com filhos menores (44,6%) superou os casos em que a guarda fica exclusivamente com a mãe (42,6%).
A inversão, segundo o IBGE, reflete a aplicação da Lei 13.058/2014, que passou a priorizar a guarda compartilhada mesmo sem acordo entre os pais, desde que ambos tenham condições de exercer o poder familiar.
Perfil dos divórcios
81,8% das separações foram judiciais em 1ª instância.
A maior parte ocorreu entre famílias com filhos menores (45,8%).
Divórcios entre casais sem filhos representaram 30,4%.
Homens se divorciam, em média, aos 44,5 anos, mulheres aos 41,6 anos.
Para cada 100 casamentos entre pessoas de sexos diferentes, ocorreram 45,7 divórcios, abaixo dos 47,4 registrados em 2023.
Estados com as maiores e menores taxas de divórcio (por mil habitantes)
Maiores taxas
Rondônia – 4,9
Distrito Federal – 3,8
Mato Grosso do Sul – 3,7
São Paulo – 3,5
Goiás – 3,5
Menores taxas
Roraima – 0,2
Amapá – 0,9
Pará – 1,2
Piauí – 1,2
Mato Grosso – 1,3
