Cotidiano

Representação ensina alunos sobre o Movimento Modernista no Brasil

Iniciativa integra as disciplinas de Literatura e História visando favorecer aulas que possam explicar melhor os períodos literários

Para que alunos da Escola Estadual Hildebrando Ferro Bitencourt, localizada no bairro dos Estados, na zona Norte, obtenham melhor desempenho nas disciplinas de História e Literatura, professores estão desenvolvendo práticas pedagógicas diferenciadas que estimulem a criatividade e um melhor entendimento do contexto histórico dos temas estudados em sala de aula.  O Projeto de Aprendizagem Litória envolve a história e os acontecimentos políticos sociais vivenciados nas três gerações do Movimento Modernista do Brasil.

A intenção é integrar as duas disciplinas para que os conteúdos sejam estudados de maneira diferenciada e para que os alunos saiam da rotina e adquiram mais conhecimento nos trabalhos que desenvolvem. A iniciativa é realizada desde 2013 e este ano participam 25 alunos do 3º  ano do Ensino Médio, divididos em grupos. Cada um homenageia um artista de cada fase desse movimento cultural, artístico e literário, que teve início com a Semana de Arte Moderna, em 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. 

A homenagem acontecerá no dia 22 de dezembro, na própria escola, com uma encenação dos acontecimentos vividos pelas figuras que se destacaram nesse período da literatura moderna, que rompeu com a arte tradicional ao adotar uma independência cultural e linguagem mais próxima do popular, opondo-se ao Romantismo, Parnasianismo e Simbolismo, com obras que destacam a verdadeira face do Brasil e suas dificuldades sociais.

“Os alunos são os próprios protagonistas no processo de ensino e aprendizagem. Eles passam a pesquisar intensamente a biografia do artista e o contexto histórico, social e político da época. Esse método é mais produtivo porque os alunos não ficam apenas recebendo o conteúdo em sala de aula. Eles se tornam agentes ativos”, disse a professora de História, Herika do Valle, ao dizer que o Litória é desenvolvido com a participação da professora de Literatura, Giselle Bispo, e da gestão da escola.

Um dos grupos encenará os acontecimentos na Casa Café, que foi a primeira confeitaria criada no país, em 1860, onde os artistas modernistas se reuniam. “Os alunos irão recriar o cenário”, comentou a professora.

Outros retratarão momentos da história dos escritores Oswald de Andrade, Clarice Lispector, e também da pintora e desenhista Tarsila do Amaral, e do poeta Vinícius de Moraes.

Quem está atenta aos acontecimentos do Modernismo, que veio para romper com o tradicionalismo cultural das correntes literárias e artísticas anteriores, é a aluna Nicolle Adriane. “Aprendi muito no decorrer desses três anos e percebi que a Literatura envolve História. Com isso, estudamos todo o passado de maneira espontânea e integrada. Agora demonstraremos tudo o que aprendemos para o público, que conhecerá os principais autores e artistas daquela época”, comentou a estudante, que representará Tarsila do Amaral. (A.D)