Desde o mês passado, a Eletrobras Distribuição Roraima está cobrando na conta de energia elétrica uma diferença de tarifa e correção monetária, referente ao reajuste de 40% feito no final de 2015. Pelo valor total ter sido parcelado em dez vezes, conforme a Eletrobras, o reajuste ainda será cobrado pelos próximos oito meses. No entanto, ainda no segundo mês de cobrança, os valores das contas de energia têm deixado a população cada vez mais inconformada.
É o caso da comerciante Vera Soares, moradora do Bairro dos Estados, zona Norte da capital. Por ser dona de um estabelecimento comercial, buscou reduzir o consumo no que foi possível. Na conta de novembro, antes do racionamento, ela pagou cerca de R$400,00. “Quando eu vi o valor, pensei logo em começar a reduzir o consumo. Na de dezembro eu já paguei quase R$100,00 a menos”, disse.
Satisfeita com o resultado, ela contou que manteve os hábitos no mês de janeiro. Contudo, ao invés da redução, a comerciante notou o aumento novamente. “Mesmo tentando economizar, as tarifas estão pesando muito, será que eles não sentem o peso nas contas deles também?”, questionou.
Outro comerciante que não quis se identificar, morador no bairro Mecejana, zona Oeste, também sentiu o aumento. Na conta de dezembro, ele explicou que pagou R$408,00, a qual foi cobrada uma tarifa de R$78,75. No mês seguinte, a conta subiu para R$427,12. Ele ressaltou que o consumo foi quase o mesmo e atribuiu o aumento à tarifa. “Na conta de dezembro me cobraram uma tarifa de R$101,79. Eu acho que estamos pagando mais do que devíamos”, disse.
Uma servidora pública que também não quis se identificar relatou à Folha o que vivenciou no final do ano. Conforme relato, ela passou o mês de dezembro fora de casa. Ainda assim, a conta referente ao mês ultrapassou os R$300,00. Em janeiro, ainda com o racionamento feito, o valor da conta se aproximou ao mês anterior. “Minha tarifa aumentou quase em R$50,00. Estamos pagando tarifa referente a quê?”, frisou.
Em nota, a Eletrobras ressaltou que a cobrança é referente ao reajuste autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em novembro de 2015. Mesmo com a ação judicial que suspendeu a aplicação, a empresa recorreu e ganhou autorização para aplicar o reajuste. Dessa forma, o que os consumidores pagam, desde dezembro de 2016, são os valores não pagos durante a suspensão, que durou 10 meses.
A empresa explicou que a tarifa cobrada é referente ao valor que deveria ter sido pago na época, se o reajuste da tarifa não tivesse sido suspenso. “O valor total foi parcelado em 10 vezes e está sendo cobrado na conta de energia desde dezembro”, afirmou. (A.G.G)