A defesa da motorista J.G.P.M., acusada de atropelar quatro atletas enquanto dirigia possivelmente sob efeito de álcool, emitiu uma nota de pesar, nesta quarta-feira (30), pela morte de José Francisco Gomes, conhecido como Ferrinho. O atleta, que foi gravemente ferido no acidente, não resistiu aos ferimentos e faleceu no último domingo (27) após dias internado.
Na nota, a defesa de J.G.P.M. expressou solidariedade aos familiares e amigos da vítima, pedindo conforto para a esposa e filhos de Ferrinho. No entanto, utilizou o comunicado para emitir um alerta sobre a prática de corrida em rodovias.
“Que este fato sirva de alerta a todos os praticantes da modalidade de corrida de rua, para que evitem vias com intenso fluxo de veículos e sem acostamento ou faixas apropriadas”, diz o trecho.
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Procurado pela Folha, o advogado Kevin Teles, que representa a motorista, reforçou que o objetivo da nota é chamar a atenção para os riscos da prática esportiva em BRs e RRs. Alegou ainda que não há provas de que a condutora estivesse sob efeito de álcool.
“A defesa quer deixar um alerta sobre a prática de corrida em BRs ou RRs, pois são vias de trânsito intenso, ainda mais quando essas vias não têm acostamento. E, por volta das 4 horas da manhã, os corredores acabam precisando correr no meio da via, como foi o caso da RR, onde ocorreu o acidente“, disse o advogado.
Questionado pela reportagem se, na avaliação da defesa, o acidente seria inevitável mesmo que a motorista estivesse sóbria, o advogado respondeu: “Com certeza. Às 4 da manhã, em uma parte onde a iluminação é precária, sem acostamento, sem nenhuma sinalização ou sinais intermitentes”.
Ele também contestou as suspeitas de embriaguez. “Não existe nenhuma prova de que minha cliente estava sob influência de álcool. Não foi feito nenhum teste do bafômetro, então o que existe são apenas alegações”, afirmou.
Protesto contra a impunidade
Em ato contra a impunidade no trânsito, o grupo de corrida Runners Team realizará um protesto nesta quinta-feira (1º), às 16h30, no Centro Cívico, em memória de José Francisco Gomes. O protesto busca mobilizar corredores e a sociedade em geral por mais segurança no trânsito e leis mais rígidas contra a impunidade.
A tragédia gerou comoção nas redes sociais, reacendendo o debate sobre a violência no trânsito e a responsabilidade dos motoristas. “O Ferrinho era único, mas NÓS SOMOS MILHARES!”, afirmou o grupo, que cobra justiça e políticas públicas para proteger ciclistas, pedestres e corredores.
