O Seminário Estadual de Serviço Social, Relações Fronteiriças e Fluxos Migratórios Internacionais, realizado neste último fim de semana no Centro Universitário da Estácio da Amazônia, abordou a problemática envolvendo o elevado número de venezuelanos que estão deixando o país de origem para Roraima.
Conforme o levantamento do GIGM (Gabinete Integrado de Gestão Migratório), por meio dos Centros de Atendimento ao Migrante, foi registrada uma população flutuante de mais de 72 mil venezuelanos nos últimos dois anos, sendo que destes, cerca de 60% retornam para o país vizinho, após a compra de gêneros básicos, como arroz, farinha, papel higiênico, entre outros, e quase 30 mil venezuelanos permanece em Roraima, a grande maioria em situação de necessidades.
Segundo o coronel Edivaldo Cláudio Amaral, comandante Geral do CBMRR (Corpo de Bombeiros Militar de Roraima) e coordenador Estadual de Defesa Civil, a partir desta segunda-feira, dia 28, o GIGM implantará o CRI (Centro de Referência ao Imigrante) para prestar serviços de assistência social voltados a pessoas com vulnerabilidade alimentar e necessidades médicas, em especial os venezuelanos em situação de risco.
“O Governo do Estado, até o momento, está atuando sozinho e sem o apoio do Governo Federal nessa questão. Já encaminhamos ofícios para os Ministérios da Defesa e da Justiça solicitando maior controle e fiscalização nas fronteiras com a Venezuela. Da mesma forma, enviamos documentos oficiais para o Ministério da Saúde e para a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] pedindo apoio, mas até agora não houve resposta de nenhum dos órgãos federais”, informou.
Esse levantamento foi apresentado no evento promovido Cress (Conselho Regional de Serviço Social, por meio da Seccional Roraima), que buscou saber também o planejamento que o Governo do Estado está traçando como forma de minimizar os efeitos da migração de venezuelanos para Roraima.