Cotidiano

Protestos contra cortes na Educação têm número reduzido de participantes

A pouca adesão ao movimento é por conta dos professores da rede pública de ensino terem preferido permanecer em sala de aula, segundo explicou o Sinter

Pouco mais de 200 pessoas, entre professores, sindicalistas e estudantes, se mobilizaram na tarde desta terça-feira, 13, em caminhada da Universidade Federal de Roraima até a Praça do Centro Cívico, onde protestaram contra a retirada de recursos da educação federal e contra a reforma da Previdência. Os manifestantes conduziam faixas, cartazes e bandeiras e entoavam cânticos e palavras de ordem como a criação de uma universidade popular, além de pedir o fim do governo Bolsonaro. 

O presidente do Sinter (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Roraima), Flávio Bezerra, disse que o movimento foi para dar continuidade ao debate de pautas das manifestações anteriores e mobilizou estudantes, professores, técnicos administrativos e outros trabalhadores da educação que são contrários ao contingenciamento de recursos para as instituições públicas federais de ensino. Outro tema que fez parte dos protestos e que tem gerado dúvidas à categoria é o programa Future-se, recém-apresentado pelo Governo Federal. 

Este é o terceiro movimento realizado pela educação e contra a reforma da Previdência em Boa Vista e contou com um menor número de participantes. Flávio explicou que algumas ausências foram sentidas devido a muitas escolas não terem aderido ao movimento.

“Fizemos o chamado a todas as escolas, porém a decisão final se faz pela escola, que tem liberdade e autonomia frente aos dilemas. Infelizmente muitos professores decidiram ficar trabalhando em suas salas de aula e não puderam vir e esse manifesto. É uma categoria que tinha participação mais expressiva em outras manifestações”, afirmou.

Pela manhã houve roda de conversas e panfletagem.“Na roda de conversa explicamos às pessoas dos problemas que podem vir a ocorrer com a aprovação da reforma da Previdência, que na nossa compreensão não vai gerar emprego, e sim tirar muitos postos de trabalho, uma vez que, se prorrogando o prazo de aposentadoria dos servidores, o que faz com que muitos jovens que estão saindo das universidades não possam entrar no mercado de trabalho e jogando estes jovens, que precisam de emprego para suprir suas necessidades, na marginalidade, já que serão presas fácil para a informalidade ou para o tráfico de drogas”, disse. 

Outro tema debatido foi quanto à retirada de recursos da educação, que segundo Flávio Bezerra foi destinado para pagar emendas parlamentares.

“O Governo retirou dinheiro da educação para poder aprovar a reforma da Previdência na Câmara e essa estratégia vai se repetir agora para tentar aprovar no Senado, o que vem a precarizar mais ainda o serviço prestado pela educação, quer seja em Roraima ou no Brasil”.  

Ele citou ainda que a única ação governamental que está em dia é o salário dos professores, mas criticou que educação não se faz apenas com salários em dia. 

“Ainda temos problemas com o transporte escolar, pessoal da limpeza, que ainda está com salário atrasado, merenda escolar em um processo de licitação que engatinha, falta de livros, internet de qualidade e com a retirada de recursos imposta pelo governo Bolsonaro vai prejudicar mais ainda”, disse.

Na parte da tarde houve oficinas de cartazes e concentração no Insikiran da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Em seguida os manifestantes iniciaram a caminhada até a Praça do Centro Cívico, onde aconteceram os atos públicos e fala dos sindicalistas, professores e estudantes. 

A realização do evento foi do MUP (Movimento por uma Universidade Popular), Assoer (Associação dos Estudantes de Roraima), UNE (União Nacional dos Estudantes), Levante Popular da Juventude e Sesduf/RR (Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Roraima). (R.R)