Déficit de pessoal, falta de medicamentos, metas não alcançadas, aumento de gastos com a cooperativa e a precariedade da estrutura predial das unidades de saúde, em especial o caos do Hospital Geral de Roraima (HGR), foram alguns dos questionamentos feitos na tarde desta segunda-feira, 28, durante a audiência pública de prestação de contas do 1º quadrimestre de 2016 da Saúde pública estadual, uma determinação da Lei Complementar 141/2012.
A audiência contou com a presença de dois deputados estaduais, Lenir Rodrigues (PPS) e Evangelista Siqueira (PT), do secretário de Saúde, Cesar Penna, além de representantes do Sindicato dos Servidores da Enfermagem, Melquisedek Menezes, do Conselho Regional de Enfermagem, Josias Neves, do Conselho Regional de Medicina (CRM), Blenda Avelino, e do Ministério Público Estadual (MPRR), Jeanne Sampaio, além de vários servidores da área da Saúde, principalmente os concursados, já homologados, que aguardam serem convocados pelo Governo do Estado.
A promotora de Defesa da Saúde, Jeanne Sampaio, não ficou satisfeita com a prestação de contas, que na avaliação dela não apresentou detalhes sobre a quantidade dos gastos e qualidade dos serviços oferecidos. “Estou frustrada! Como vou saber se a saúde melhorou ou piorou? Da próxima peço que sejam trazidos dados melhores. Muitas das metas não foram alcançadas. O que está sendo feito para se alcançar?”, questionou, ao anunciar que medidas judiciais serão tomadas.
“O déficit de pessoal é uma questão que a gente vem discutindo muito e não vê alteração. Já esgotamos as possibilidades e as tentativas de acordo extrajudicial para melhorar isso, e vamos ingressar com ação judicial para ver o aumento de profissional trabalhando nas unidades de saúde do Estado. O déficit é grande e os profissionais estão ficando supercarregados”, justificou Jeanne.
A promotora trouxe à baila outras situações que havia questionado na audiência passada como os gastos com leitos de retaguarda, com os prestadores do Sistema Único de Saúde (SUS), auditoria da Secretaria Estadual de Saúde, faturamentos dos medicamentos, aumento de gastos com a cooperativa, a inoperância dos convênios com a falta de instalação dos aparelhos adquiridos, há anos na caixa, e aparelhos quebrados.
“Informações que haviam sido prestadas na audiência passada, não fizeram parte nesse relatório. Existem algumas situações atuais que realmente precisam ser corrigidas. Na audiência passada já tínhamos tratado delas, mas perduram até agora, não se resolveram”, afirmou.
Segundo Jeanne, agora não são apenas os velhos problemas. “Existem problemas novos que foram encontrados na última visita que fiz ao HGR. O seriógrafo continua sem ser usado. O aparelho de aerodinâmica continua sem estar à disposição da população. Vimos o HGR em um estado bem precário de funcionamento com relação à questão predial, e a gente sabe que tem uma empresa que faz a manutenção predial. As coisas lá estão bem feias”, afirmou. (Fonte: AleRR)