Cotidiano

Projeto tenta liberação para estudar potencial mineral em áreas indígenas

Encontro que ocorre na Codesaima nesta quarta-feira, 27, vai discutir elaboração do documento e demais ações a serem desenvolvidas em Roraima

ANA GABRIELA GOMES

Editoria de Cidade

Técnicos da Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais (CPRM) apresentarão nesta quarta-feira, 27, o Norte-Roraima. O projeto consiste em uma série de ações voltadas para o estudo, identificação e mapeamento de áreas mineiras em todo o estado. O encontro acontece na sede da Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima), na avenida Ville Roy, 3506, no bairro Aparecida. 

O gerente de Geologia e Recursos Minerais da região Amazonas/Roraima, Charles Oliveira, explicou que o objetivo principal é chegar ao mapa de favorabilidade de Roraima. Para tanto, é preciso elaborar o mapa geológico, o mapa geoquímico e os aerolevantamentos geofísicos. Por meio deste tripé, se consegue cruzar informações e demarcar com maior precisão áreas favoráveis para recursos minerais.

Atualmente, Roraima é o único estado da federação que não possui um mapa geológico, apesar de este ser considerado uma ferramenta de gestão. “O mapa estadual em si é uma consistência de dados, porque organiza todos os recursos. Quando o estado não tem esse produto, ele se torna refém de ficar buscando informações, muitas vezes dispersas e desatualizadas”, disse.

Outra ação que compõe o Norte-Roraima diz respeito a potencialidade das áreas que serão identificadas. Mas não para por aí, conforme explicou o diretor de Geologia e Recursos Minerais da CRPM, José Leonardo Andriotti. “Estamos com várias propostas e alternativas que serão discutidas junto à Codesaima, que se mostra interessada em contribuir com o conhecimento geológico”, declarou.

Um dos obstáculos para realizar as ações, no entanto, também é encontrado em outras regiões da Amazônia: áreas indígenas demarcadas e áreas de fronteiras. Há cerca de 40 anos, antes das demarcações, a CRPM chegou a visitar diversas localidades em Roraima. Hoje, contudo, é preciso que haja uma liberação oficial que permita a entrada das equipes nessas áreas.

Com a liberação, as ações serão desenvolvidas de forma compartilhada entre a União e o Governo do Estado. “A CPRM entra com equipes de conhecimento técnico e o Governo entra com uma contrapartida, que será decidida no encontro, talvez pagando ensaios laboratoriais ou outro apoio de infraestrutura. Antes disso, precisamos de um posicionamento do Governo Federal para estudos das áreas”, pontuou.

ENCONTRO – Na ocasião ainda será debatida a implantação do primeiro Laboratório de Pesquisa Mineral de Roraima, para a identificação dos recursos minerais do Estado. Atualmente, a Codesaima possui 29 áreas registradas para esta atividade, mas aguarda a regulamentação sobre mineração em áreas indígenas para atuar. Em sua nova reformulação, para o ano de 2020, a empresa vai empreender ações apenas nos setores de mineração e habitação.