Cotidiano

Projeto piloto será desenvolvido em Pelotão Especial de Bonfim

Programa funcionará por meio de parcerias entre os ministérios da Defesa; da Educação; da Ciência, Tecnologia e Inovação; e o CNPq

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Soldados do Pelotão Especial de Fronteira (PEF) de Bonfim, a nordeste do Estado, prestarão apoio logístico e estrutural a cientistas que participam do projeto piloto do programa Pró-Amazônia. O programa funcionará por meio de parcerias entre os ministérios da Defesa; da Educação; da Ciência, Tecnologia e Inovação; e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que já liberou recursos para iniciar o projeto-piloto até o final do ano no PEF de Bonfim.

À Folha, o general de Brigada da reserva, Franklimberg Ribeiro de Freitas, informou que o programa é embasado no alinhamento da Estratégia Nacional de Defesa com a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação na junção de áreas científicas sensíveis ao Desenvolvimento e a Soberania Nacional e estão abertas a todas as instituições de pesquisa do Brasil.

O general Franklimberg já comandou a 1ª Brigada de Infantaria de Selva (1º Bda Inf Sl), em Roraima, e disse que o PEF de Bonfim foi escolhido para projeto piloto devido à facilidade de ação e de deslocamento até o pelotão. “O pelotão do Bomfim foi escolhido por indicação e pedido do CNPq, que argumentou vários motivos, entre eles a facilidade de deslocamento, a infraestrutura quase pronta, uma área que pode ser trabalhada sem demandas e sem necessidades de muitas autorizações da Funai e de órgãos ambientais, de modo que facilite o início do programa. É uma logística diferente de que se o pelotão escolhido fosse o de Surucucu”, frisou.

O general, que é o gerente do programa, disse que o projeto é executado através do Comando Militar da Amazônia (CMA), que vai dar suporte a cientistas e pesquisadores ao longo dos 11.000 quilômetros de fronteira da Amazônia brasileira. O CMA mobilizará 24 unidades militares, incluindo batalhões, companhias, pelotões especiais de fronteiras e destacamentos ainda este ano, embora as autoridades do Exército e do governo ainda não tenham anunciado a data precisa.

“Os pesquisadores têm uma enorme dificuldade de logística na nossa região e o Exército propôs colocar toda a logística que temos à disposição das diversas instituições que possam participar desse processo, de modo a capacitar os recursos humanos e ampliar os meios que permitam a expansão das pesquisas científicas e tecnológicas na Amazônia”, frisou.

De início, foram definidas quatro áreas de atuação de pesquisa: 1) Biodiversidade – Trata da fauna, flora e microbiota (conjunto dos microorganismos que habitam num ecossistema, principalmente bactérias); 2) Homem Amazônico – Subprojetos na área de saúde, educação, aspectos sociais, políticos, culturais e desenvolvimento regional; 3) Meio Ambiente – Pesquisas de recursos minerais, recursos hídricos, ecossistemas terrestres e aquáticos; e 4) Tecnologia e Inovação – Projetos de energia, comunicação e recursos biológicos.

“Naturalmente que surgindo uma nova pesquisa que esteja fora dessas áreas propostas apresentadas pelos pesquisadores, poderá ser inserida e terá o apoio do Exército”, disse.

Ele ressaltou que o programa foi idealizado pelo general de Exército Guilherme Cals Theophilo de Oliveira, comandante militar da Amazônia, e que permitirá que cientistas façam pesquisas numa região de difícil acesso com o apoio logístico do Exército. “E assim oportunizar que o Exército possa conhecer o que temos na área cientifica na nossa região”, disse.

Ele defende que com o programa é possível agregar mais valor ao bioma Amazônia, com mais descobertas científicas. Por isso, os pesquisadores poderão utilizar tanto as instalações quanto os equipamentos dos batalhões do Exército em toda a região sob a jurisdição do Comando Militar da Amazônia (CMA) para estudar o bioma.

Segundo Franklimberg, muitos cientistas acreditam que a flora, a fauna, bactérias, fungos e outros microrganismos encontrados nas florestas tropicais têm enorme potencial para serem usados como medicamento e alimento, além de uma variedade de produtos industriais. Mas as dificuldades para percorrer a Amazônia e estabelecer instalações têm, muitas vezes, impedido que os cientistas façam importantes pesquisas na região de maior biodiversidade do mundo. (R.R)

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