Cotidiano

Programa pretende garantir o cumprimento de medidas protetivas

A nova viatura possui o S.O.S Mulher, para contato direto entre os policiais especializados e as vítimas de agressões

Programa pretende garantir o cumprimento de medidas protetivas Programa pretende garantir o cumprimento de medidas protetivas Programa pretende garantir o cumprimento de medidas protetivas Programa pretende garantir o cumprimento de medidas protetivas

A luta pela prevenção e combate à violência contra a mulher em Roraima conta com mais um apoio. O Programa Ronda Maria da Penha foi lançado ontem, 19, durante cerimônia realizada no pátio do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJ-RR), quando foi apresentada a nova viatura equipada exclusivamente para garantir maior celeridade no atendimento prestado às vítimas e efetividade no cumprimento de medidas protetivas.  

A viatura se diferencia das demais por possuir o S.O.S Mulher, que possibilita contato direto com a equipe de policiais militares capacitados para o atendimento, por meio do número 98402-6475. O contato pode ser feito via WhatsApp pelo mesmo número. Ao todo são oito policiais especializados que estão disponíveis 24horas, em regime de revezamento, para acompanhar as ocorrências de maneira personalizada. O telefone 190 também pode ser acionado.

O programa Ronda Maria da Penha terá um cadastro com o nome de todas as mulheres que estão sob medida protetiva e que autorizarem a inclusão de seus nomes. No momento em que a viatura for acionada, os policiais já terão conhecimento de qual endereço e situação, pois o trabalho é de acompanhamento, conforme explicou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dagoberto Gonçalves.   

Segundo ele, a intenção é disponibilizar no próximo mês, para a Capital, outra viatura com mais uma equipe composta por oito policiais especializados. O comandante informou que em breve as principais cidades do Interior do Estado também serão contempladas, como Caracaraí, no Centro-Sul; Pacaraima, ao Norte; e Rorainópolis, no Sul de Roraima.

Todas as situações relacionadas à Lei Maria da Penha serão direcionadas para o atendimento especializado. No entanto, as demais viaturas sempre prestarão apoio à viatura do Ronda Maria da Penha em caso de necessidade, ou quando houver mais de uma ocorrência ao mesmo tempo.  

Esse trabalho personalizado e especializado é uma das vantagens que o serviço proporciona às vítimas de violência doméstica, apontada pelos órgãos parceiros e responsáveis pela realização do trabalho, como a Polícia Militar de Roraima (PMRR), Tribunal de Justiça e Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejuc), Secretaria da Saúde (Sesau), Secretaria de Segurança Pública (Sesp), entre outros entes governamentais. 

O presidente do TJ, desembargador Almiro Padilha, disse que programa proporcionará maior celeridade no atendimento. Frisou que a violência doméstica não é um problema de segurança pública e sim uma questão de conscientização. “O homem é feito para ser machista, ele nasceu com essa concepção. Nós temos que conscientizar essa pessoa, é importante tratar esse homem”, disse, ao reforçar que esse tipo de ação deve ser realizada para que o homem não venha a agredir outras mulheres em possíveis casamentos futuros.

A secretária estadual de Trabalho e Bem-Estar Social, Emília Campos, ressaltou a importância dos avanços conquistados nos últimos anos no Brasil com ações em defesa da mulher vítima de agressão. “Os programas, as ações e as políticas públicas nascem das demandas da sociedade e há anos estamos evoluindo para combater esse grande mal”, disse ao lembrar a Lei Maria da Penha e a criação de órgãos e serviços importantes de prevenção e defesa da mulher.

Ela citou como importante a implantação da Casa da Mulher Brasileira, destinada ao atendimento humanizado e especializado às mulheres. Informou que em Roraima a Casa da Mulher Brasileira está em fase construção, com previsão para ser inaugurada até o final do ano. “Nós vamos trabalhar para que esta Casa se transforme num porto seguro de todas as mulheres que sofrem violência. É um conjunto de esforços para que possamos derrubar esses índices vergonhosos”, disse Emília. (A.D)

Número de ocorrências de Maria da Penha caiu 55%

Durante a cerimônia de lançamento do Programa Ronda Maria da Penha, programa que visa proporcionar maior eficácia e celeridade no atendimento de ocorrências relacionadas ao descumprimento de medidas protetivas e agressões contra a mulher, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dagoberto Gonçalves, informou que a PM atende 97% de todas as ocorrências relacionadas à lei Maria da Penha em Roraima.

Segundo ele, no primeiro semestre de 2015, foram 3.051 atendimentos. No mesmo período deste ano, o número reduziu para 1.384, representando uma queda de 55%. “Ainda continuamos com os índices altos, principalmente os relacionados aos homicídios envolvendo mulheres”, frisou.

Dentre estes atendimentos, Gonçalves disse que aproximadamente 8% são relacionados ao descumprimento de medida protetiva, que é uma decisão judicial adotada para proteger a integridade física da vítima, com medidas que envolvem o afastamento do agressor do lar com o distanciamento da mulher agredida, entre outras.  

“Tanto em 2015, como neste ano, o índice de maridos, de homens que quebram a medida protetiva e cometem o crime novamente continuou o mesmo”, disse o comandante, ao informar que neste segundo semestre houve uma média de 230 ocorrências registradas mensalmente.

Ele falou ainda que em torno de 13% a 14% das ocorrências deixam de ser atendidas devido à demanda reprimida da Polícia Militar. “Com o Ronda Maria da Penha, foram cadastradas cerca de 40 mulheres que sofrem com quebra de medida protetiva, para que os policiais façam a ronda próximo ao endereço delas”, informou o comandante.  

“A mulher poderá enviar um S.O.S para a viatura que já possui o endereço cadastrado, possibilitando um pronto atendimento especializado. Assim, podemos oferecer uma resposta mais célere e eficiente. Estamos trabalhando para reduzir os números, incluindo as violências mais graves, como os homicídios”, concluiu. (A.D)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.