Profissionais da saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, no subpolo Lahaka, estão desde o dia 28 de maio aguardando por voos para retornarem à Boa Vista. A denúncia foi feita por trabalhadores da região à Folha BV, de forma anônima.
A equipe, que chegou no território no dia 28 de abril, estaria também sem comunicação de rádio ou de internet.
“Segundo os indígenas, tem uma profissional que está lá com o psicólogico muito abalado e ninguém entra em contato com eles para explicar ou tentar acalmá-los. Eles estão sem comunicação ou seja não tem rádio fonia, sem internet… não tem como eles falarem com ninguém”, disse o denunciante.
Denúncia sobre falta de alimentos e comida estragada
Além da questão dos voos, o relato também diz que trabalhadores de alguns polos estão sem comida. Por conta dos atrasos, uma parte dos alimentos perecíveis estragaram, como carne bovina e frangos, deixando os profissionais sem alimentação.
“Nós trabalhadores estamos sofrendo aqui na ponta, não temos apoio e estamos em condições precárias de trabalho, um verdadeiro descaso com nós trabalhadores e com os indígenas“, compartilhou.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde Indígena, por meio do Ministério da Saúde, respondeu a seguinte nota:
O Ministério da Saúde informa que o atraso no retorno dos profissionais do subpolo Lahaka ocorreu devido às condições climáticas adversas, que impossibilitaram a decolagem das aeronaves com segurança. Com a melhora do tempo, o translado dos trabalhadores deve ocorrer ainda nesta quarta-feira (5).
O subpolo Lahaka foi reaberto recentemente após longo período fechado por conta da presença de garimpo ilegal na região e ainda passa por processo de reestruturação. Está prevista a instalação de internet via satélite e a realização de reforma completa, assim como já ocorre em outras estruturas do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami.
O DSEI Yanomami está em diálogo com o sindicato dos profissionais de saúde indígena para tratar do ressarcimento pelos suprimentos perdidos e da compensação das folgas não usufruídas pelos trabalhadores que permaneceram além do previsto no território.