
Profissionais de Saúde que atuam no setor privado iniciaram nesta quinta-feira (14) uma paralisação por tempo indeterminado para exigir o pagamento de salários atrasados e o cumprimento do Piso Nacional da Enfermagem, entre outras reivindicações. Apenas 30% do efetivo está trabalhando na unidade. Uma mobilização foi feita em frente à Clínica Renal de Boa Vista, no bairro Liberdade, zona Oeste da capital. A paralisação é feita apenas na Clínica Renal, mas pode se estender para as demais instituições.
De acordo com a Presidente do Sindicato dos Profissionais do Setor Privado de Saúde, Joana Gouveia, o atraso salarial foi o principal motivo para a mobilização. “Até os profissionais não receberam o pagamento das férias. Teve profissional que saiu de férias e não recebeu. E também a questão de insalubridade que eles não receberam e até o momento não pagaram o piso da enfermagem. Mas o foco principal é o atraso salarial e até o momento a empresa não repassou pra gente”, disse Joana.
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O atendimento na Clínica Renal, que dispõe de 50 máquinas de hemodiálise, ocorre por turnos ao longo do dia, em que cada grupo de 50 pessoas é atendido em horários específicos, totalizando cerca de 150 pacientes entre manhã, tarde e noite. Com a paralisação da prestação de serviços ao governo de Roraima, a unidade informou que só está atendendo mediante convênio particular – o que não é a realidade da maioria dos pacientes que dependem do SUS.
Ainda conforme Joana, a paralisação está sendo feito porque das instituições privadas que atuam em Roraima, apenas o Hospital Ville Roy está pagando o valor do piso após acordo coletivo com os trabalhadores.
“O trabalhador procurou negociar da melhor forma, inclusiveconversando com as empresas onde a gente fez assembleias. E ficou definido que o trabalhador ele se disponibilizou a receber o retroativo do piso de forma parcelada com o prazo de até um ano, assim como as empresas poderiam tá aumentando gradativamente até um ano o valor total do piso. E mesmo assim essas instituições não quiseram o acordo coletivo”.
O sindicato informou que notificou a Clínica Renal, a Ordem de Advogados do Brasil (OAB), Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Federal (MPF) sobre a paralisação. O sindicato informou ainda que a Clínica Renal foi notificada ainda na última quinta-feira (7), mas que os pacientes não haviam sido informados sobre a paralisação.
Um dos pacientes surpreendidos foi o Celso Caxias que havia ido até à clínica para fazer a diálise. “Não nos avisaram não, e eu sou um dos pacientes que não faz urina. Entre uma diálise e outra, a gente pode passar mal”.
A reportagem tentou contato com a Clínica Renal para comentar as reclamações dos profissionais de saúde e aguarda o retorno.