Cotidiano

Professores indígenas afirmam que governo não quis atender reivindicações

Governo informou que Suely Campos está buscando manter o canal de diálogo aberto com os professores indígenas e não-indígenas

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Em entrevista à Folha, o coordenador da Organização dos Professores Indígenas de Roraima (Opirr), Misaque Souza, afirmou que o Governo do Estado “não quis atender às reivindicações” dos professores indígenas, durante reunião realizada no final da tarde de quinta-feira, 27, no Palácio Senador Hélio Campos.

Souza explicou que a categoria se reuniu com a governadora Suely Campos (PP) para detalhar os pontos postulados em um documento elaborado pelo comando de greve indígena, afim de que o governo atendesse às demandas em curto, médio e longo prazo, dependendo da necessidade. “Estamos reivindicando o que é básico e ela não conseguiu entender a situação que o Estado está enfrentando em relação à Educação”, reforçou o indígena.

A comissão, composta por 40 pessoas, afirmou ter saído da reunião sem resposta, o que para eles foi a segunda tentativa sem sucesso. “Não teve diálogo. Conversamos poucas coisas”, acrescentou o coordenador da Opirr.

De acordo os indígenas, o próximo passo é articular com as comunidades para que todos participem da concentração na Praça do Centro Cívico e que pelo menos metade dos 14 mil alunos indígenas participe da greve. Eles pretendem ficar em Boa Vista até o fechamento de um acordo e encerramento da greve.

“Nós estamos nessa paralisação para buscar o melhor para nossas escolas, nossas comunidades, nossos alunos. Nós vamos resistir mesmo por mais que o governo ponha falta, que corte ponto dos professores, mas ninguém está ligando para isso, nem que a justiça multe os professores individualmente ou a organização, vamos “brigar” de igual para igual. Eles não conseguem ver que a Educação está passando por um momento crítico”, ressaltou Misaque Souza.(J.B)

Suely está buscando manter o canal de diálogo aberto, diz Governo

Em nota, o Governo do Estado informou que as informações dos professores indígenas não procedem, uma vez que a governadora Suely Campos, buscando manter o canal de diálogo aberto com os professores indígenas e não-indígenas, recebeu representantes da categoria indígena na tarde de quinta-feira, dia 27, no Palácio Senador Hélio Campos.

O encontro foi mais uma tentativa de entendimento quanto às reivindicações da categoria para pôr fim à paralisação. Foi proposto que sejam indicados alguns representantes para se reunirem possivelmente hoje – data sugerida pelo Governo – para discussão dos 50 pontos de reivindicações apresentados pela categoria, além dos 39 já apresentados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter).

Além da governadora, participaram do encontro a senadora Ângela Portela (PT), a secretária-chefe da Casa Civil, Danielle Ribeiro Campos Araújo, representantes da Procuradoria Geral do Estado (PGE), o secretário-adjunto da Educação, Jules Rimet, e o deputado estadual, Brito Bezerra (PP).

Um dos pontos retomados pelos professores, mas que já avançou, é quanto ao retorno do texto anterior do Plano Estadual de Educação, no que se refere à Educação Indígena, assim como foi solicitado pela categoria. “Deve ser votado em plenário já na próxima terça-feira”, adiantou o deputado Britto Bezerra.

Outros pontos foram apresentados, dentre eles, as condições estruturais das escolas indígenas, além da chegada de materiais didáticos e merendas às escolas. Em relação a esse ponto, a governadora pontuou que a greve está prejudicando a entrega de merendas, por exemplo. “Há escolas que não estamos conseguindo entregar, porque não tem ninguém para receber. Isso gera custos e tempo”, pontou.

A governadora ressaltou ainda que a situação atual da Educação, indígena e não-indígena, é de grande dificuldade. “Os recursos que temos foram planejados na gestão anterior, mas nós estamos nos planejando para os próximos quatro anos para mudarmos esse cenário que encontramos”, ressalta.

O Governo agora aguarda retorno sobre a data proposta, hoje, dia 29, para a nova reunião sobre os 50 pontos de reivindicações apresentados agora pelos indígenas. “Precisamos sentar, dialogar e verificar o que pode ser feito item por item”, disse a chefe da Casa Civil, Danielle Ribeiro Campos Araújo.

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