EM NOTA DE REPÚDIO

Após operação, professores exigem maior participação em decisões da reitoria da UERR

A FolhaBV entrou em contato com a Universidade Estadual de Roraima que, por meio de nota, que a atual gestão tem seguido o Regimento Interno e o Estatuto da universidade, mantendo uma escuta ativa e respeitosa com todos os seguimentos da Instituição

Após operação, professores exigem maior participação em decisões da reitoria da UERR Após operação, professores exigem maior participação em decisões da reitoria da UERR Após operação, professores exigem maior participação em decisões da reitoria da UERR Após operação, professores exigem maior participação em decisões da reitoria da UERR
Professores emitem nota de repúdio após operação
Prédio da Reitoria (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Após a deflagração da Operação Cisne Negro o Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual de Roraima (SINDUERR) emitiu uma nota de repúdio contra as ações dos investigados. Os professores também exigem na nota a participação acadêmica nas gestões da universidade, além da participação dos colegiados nas decisões da reitoria da UERR.

Ainda na nota, o Sinduerr ressalta que, caso sejam confirmados, os crimes ferem profundamente os fundamentos legais e éticos da UERR, que em seu regimento interno geral impõe deveres de transparência, integridade e prestação de contas às instâncias superiores da administração universitária.

“É inadmissível que práticas criminosas se instalem no âmbito da gestão universitária, minando a confiança da sociedade e comprometendo o futuro de estudantes, professores e servidores. A imagem da UERR tem sido reiteradas vezes prejudicada por escândalos dessa natureza que ganham a mídia local, o que evidencia a fragilidade dos atuais mecanismos de controle e exige reformas profundas nas estruturas de fiscalização e participação da comunidade universitária nas decisões estratégicas da administração superior”, ressalta o sindicato na nota de repúdio.

Devido a gravidade das alegações e diversas polêmicas envolvendo a Universidade Estadual de Roraima, o sindicato também impôs algumas exigências à direção da UERR.

Dentre elas, está uma revisão dos processos de nomeação e gestão feitos pela Reitoria, com maior participação dos colegiados e instâncias democráticas da UERR. Outra exigência é a de que a comunidade acadêmica seja ouvida nas decisões dentro da universidade, em acordo com a norma da instituição.

Além dessas, o sindicato também exige a investigação da operação com rigor, imparcialidade, transparência e que o Governo do Estado atue para garantir o funcionamento da universidade, a integridade de seus recursos e a prevenção da autonomia universitária.

“Esta é uma crise sem precedentes na história da UERR, e deve marcar um ponto de inflexão inadiável. O momento impõe coragem para enfrentar as fragilidades internas e implementar reformas profundas que garantam a integridade, a governança democrática e a efetividade da missão da UERR enquanto Instituição de Ensino Superior pública, gratuita e de qualidade”, finalizou o Sinduerr, em nota.

A FolhaBV entrou em contato com a Universidade Estadual de Roraima que, por meio de nota, que a atual gestão tem seguido o Regimento Interno e o Estatuto da universidade, mantendo uma escuta ativa e respeitosa com todos os seguimentos da Instituição.

A Universidade Estadual de Roraima (UERR) informa que está sempre aberta ao diálogo com toda a comunidade acadêmica. A atual gestão tem seguido o Regimento Interno e o Estatuto da universidade, mantendo uma escuta ativa e respeitosa com todos os segmentos da instituição.

Reforçamos que as decisões da UERR são discutidas e aprovadas no Conselho Universitário (CONUNI), que conta com representantes dos estudantes, professores e técnicos administrativos. É nesse espaço que os assuntos importantes da universidade são debatidos de forma coletiva e transparente.

A UERR afirma seu compromisso com a legalidade, transparência e com a plena cooperação com os órgãos competentes, estando à disposição para prestar todas as informações que se fizerem necessárias ao regular andamento das apurações, sempre que requisitada, em respeito ao devido processo legal.

Confira a Nota de Repúdio dos Professores

A Direção do Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual de Roraima (SINDUERR), diante das graves denúncias de corrupção e desvio milionário de recursos públicos envolvendo diretamente as últimas gestões da UERR, manifesta publicamente seu mais enérgico repúdio a quaisquer práticas que violem os princípios constitucionais e institucionais que regem a administração pública e a educação superior.

No último dia 8 de abril, conforme amplamente divulgado na imprensa local, a Polícia Federal deflagrou operação que apura um esquema criminoso de fraudes em licitações, com prejuízo estimado em mais de R$ 100 milhões. A investigação tem como alvos o ex-reitor Regys Freitas e o atual reitor Cláudio Travassos (vice-Reitor na gestão passada), além de outros servidores e uma empresa privada. Segundo as notícias veiculadas, o esquema consistia na manipulação de processos licitatórios e contratos da UERR, resultando em possível enriquecimento ilícito de seus articuladores e desvio sistemático de recursos destinados à educação pública (Fonte: https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2025/04/08/pf-apreende-carros-de-luxo-r-500-mil-em-relogios-jet-ski-e-ate-aviao-com-ex-reitor-suspeito-de-desvio-da-uerr.ghtml)

Esses fatos, se confirmados, ferem de forma profunda os fundamentos legais e éticos da UERR, definidos em seu Estatuto (Decreto nº 24.022-E/2017) como instituição de natureza pública, sem fins lucrativos, voltada à promoção do ensino, da pesquisa e da extensão (art. 1º), regida pela autonomia administrativa, financeira e científica (art. 2º), e comprometida com a moralidade, a eficiência e o interesse público.

Do mesmo modo, o Regimento Geral da Universidade (2013) impõe deveres de transparência, integridade e prestação de contas às instâncias superiores da administração universitária, cabendo à Reitoria o dever de zelar pela legalidade e pela função social da Universidade Estadual de Roraima, nos termos de seus arts. 12 e seguintes.

É inadmissível que práticas criminosas se instalem no âmbito da gestão universitária, minando a confiança da sociedade e comprometendo o futuro de estudantes, professores e servidores. A imagem da UERR tem sido reiteradas vezes prejudicada por escândalos dessa natureza que ganham a mídia local, o que evidencia a fragilidade dos atuais mecanismos de controle e exige reformas profundas nas estruturas de fiscalização e participação da comunidade universitária nas decisões estratégicas da administração superior.

Reafirmamos: a UERR é maior que essa crise noticiada. A comunidade docente permanece comprometida com sua missão institucional, resistindo a qualquer tentativa de captura política ou corrupção estrutural. A universidade é um patrimônio coletivo da sociedade roraimense e deve ser defendida com firmeza e responsabilidade.

Diante da gravidade do momento, exigimos que:

As investigações prossigam com total rigor, imparcialidade e transparência, respeitando o devido processo legal e assegurando a responsabilização exemplar de todos os envolvidos;

A comunidade acadêmica seja ouvida e envolvida em mecanismos de controle social e auditoria interna, conforme previsto nas normas da universidade;

Sejam revistos os processos de nomeação e gestão da Reitoria, com maior participação dos colegiados e instâncias democráticas da UERR;

O governo estadual, responsável pela supervisão da instituição, atue de forma proativa para garantir o pleno funcionamento da universidade, a integridade de seus recursos e a preservação da autonomia universitária.

Esta é uma crise sem precedentes na história da UERR, e deve marcar um ponto de inflexão inadiável. O momento impõe coragem para enfrentar as fragilidades internas e implementar reformas profundas que garantam a integridade, a governança democrática e a efetividade da missão da UERR enquanto Instituição de Ensino Superior pública, gratuita e de qualidade.

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