Cotidiano

Produtores em disputa com fazendeiros cobram definição sobre assentamento

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Agricultores do Assentamento Ajarani, em Iracema, município a 90 quilômetros da Capital pela BR-174, Centro-Sul do Estado, estiveram no Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na segunda-feira, para cobrar regularização dos lotes naquela região e uma solução definitiva da situação de conflito entre produtores da agricultura familiar e fazendeiros.

A situação na região ficou tensa a partir de julho, quando produtores afirmaram ter sido retirados à bala por jagunços das fazendas, quando, por consequência do tiroteio, alguns agricultores ficaram perdidos na mata. Segundo o presidente do Sindicato dos Agricultores Familiares e Trabalhadores Rurais de Iracema, Ediel Santigo Silva, casas e benfeitorias foram queimadas e destruídas. Ele disse que os fazendeiros construíram cercas e colocaram seguranças na parte de trás do assentamento.

Segundo ele, os produtores estão impedidos de voltar ao local até para retirar a colheita produzida por eles. “Não podemos entrar no assentamento, pois existem pessoas armadas na estrada”, afirmou o líder sindical.

O assentamento, que fica a 47 quilômetros da Vicinal 3 da região de Campos Novos, não possui infraestrutura, como energia elétrica, e passou a fazer parte de polêmica depois que a área do projeto foi reduzida em 2010. “Mas desde 2008 já existiam produtores produzindo na área”, disse Silva. Ele disse que, na época, o tamanho do assentamento, que foi criado pelo Incra em 2003, com 228 lotes, foi reduzido de 123 mil hectares para 39 mil hectares.

O acirramento pela área entre fazendeiros e agricultores familiares, conforme ele, se dá pelo fato de o Incra não ter informado qual terra ainda faz parte do projeto. “Até hoje o Incra não apresentou documento informado a legalidade na diminuição do assentamento. Temos informação que isso ocorreu de forma ilegal.

Queremos uma data oficial de quando o Incra irá ao local para fazer a regularização, estando uma equipe nossa acompanhando o trabalho”, disse o presidente do sindicato.

Esta é a segunda vez que os produtores procuram o Incra. A primeira ocorreu no dia 31 de agosto. Silva disse que, na ocasião, foi prometido que haveria solução entre 15 e 20 dias. “Porém, até hoje a situação é a mesma. Na visita que fizemos agora ao Incra, não tivemos nenhum posicionamento”, disse o sindicalista.

Diante do impasse, os agricultores cobram solução do poder público e reclamam dos prejuízos que tiveram com a destruição de casas e benfeitorias. Um dos prejudicados foi o produtor José de Moura Brandão, de 44 anos, que pede ressarcimento do que foi destruído. “Queimar casas com tudo dentro é crime, então queremos que eles paguem”, disse.  

INCRA – Por meio de nota, o Incra informou que deslocará servidores àquela região para realizarem os serviços necessários, mas não informou quando os trabalhos serão iniciados. (A.D)

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