Com a notícia do fechamento de aproximadamente 400 agências bancárias no Brasil, o Procon Boa Vista, em ação conjunta com os Procons de todo o país, vai notificar o Banco do Brasil da Capital para que esclareça quais medidas serão tomadas para evitar que o consumidor sofra qualquer tipo de prejuízo com esta decisão. Duas agências deverão ser extintas na Capital, uma localizada na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes e outra na Avenida Capitão Júlio Bezerra.
Conforme a coordenadora executiva do Procon Boa Vista, Sabrina Tricot, o banco deverá informar quantas agências serão fechadas nos estados e municípios, quais canais de atendimento serão colocados à disposição do consumidor e quais medidas serão tomadas para minimizar eventuais filas e demora do atendimento, uma queixa frequente de muitos consumidores.
“Os Procons solicitarão do Banco do Brasil a apresentação de um plano de comunicação para garantir a informação prévia e plena para os clientes sobre as mudanças a serem feitas com o fechamento das agências”, relatou.
A coordenadora orientou que eventuais reclamações devem ser feitas na Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor – Procon Boa Vista, localizada no Centro de Atendimento ao Cidadão João Firmino Neto, antigo Terminal do Caimbé, na Avenida dos Imigrantes, bairro Asa Branca, zona Oeste. Ou entrar em contato pelos telefones 3625-2219, 3625-6201 e pelo e-mail [email protected].
CLIENTES – A Folha conversou com clientes que devem ser afetados por esta decisão de fechar agências na Capital. “Em Boa Vista tudo é difícil, porque tudo funciona na base da política. Para mim, com esse fechamento, vai ficar pior. Eu fico triste com essa situação”, lamentou o técnico em laboratório Frankcirley Almeida. Antigo morador de Rorainópolis, município no Sul do Estado, informou que nem todos os bancos da Capital atendem bem as pessoas e que será prejudicado se encaminhado para outra agência.
Para a estudante Janaína Gomes, uma das agências que devem fechar é de suma importância, já que, além de estar localizada em frente a uma ala de urgência e emergência, um ponto frequentado pela falta de hospitais, é próximo ao consultório da família. “Minha família e eu temos facilidade de falar com o gerente e sermos atendidos de uma forma fácil e rápido. Como a gente precisa trabalhar com muito dinheiro, a facilidade de ter um gerente ao lado é extremamente necessária”, frisou.
A também estudante Gabriela Melo ressaltou o fato da agência ser o único banco da região onde mora. Apesar das filas e demora no atendimento, a estudante ressaltou que a localização do prédio facilita a locomoção quando é necessário resolver algum problema. “Antigamente era mais fácil ir até a Central e enfrentar toda aquela confusão, mas aqui é tão perto que a gente vem andando”, disse.
O advogado Carlos de Souza criticou o fechamento. “Há menos de quatro anos, houve a abertura de outras agências porque existia uma demanda para isso acontecer”, disse. Para ele, não faz sentido o fechamento em um período relativamente curto após a abertura, já que durante o período houve um aumento de demanda pelo serviço das novas agências.
Souza informou que os clientes serão prejudicados pelo aumento das filas no banco, principalmente no início e no final do mês. “Estou há mais de meia hora aguardando quatro pessoas na minha frente”, disse. Ao ser questionado, o advogado disse que nunca entrou com ação pela tendência da Justiça em considerar a causa mero aborrecimento e não considerar o prejuízo moral ou material pelo excessivo tempo de espera.
SINDICATO – O presidente do Sindicato dos Bancários em Roraima (Sintraf), Adauto Andrade, ressaltou que no caso do fechamento de agências, os clientes serão prejudicados, pois o número não seria suficiente para a demanda. Segundo ele, ainda que nenhum funcionário seja demitido, o quadro funcional já está reduzido, e que com o plano de aposentadoria em nível nacional, qualquer funcionário que se aposente vai aumentar ainda mais o déficit no quadro, porque não serão convocados os aprovados no último concurso.
A preocupação da entidade é com o aumento da sobrecarga de trabalho e os transtornos à população que terá de enfrentar mais filas. O sindicalista declarou que é preciso aguardar o desenrolar do processo para então saber quantos funcionários irão se aposentar.