O reajuste do arroz, considerado exorbitante pelos consumidores de Roraima, já que a produção é local, motivou o Procon Assembleia a notificar nesta sexta-feira, 12, a Associação do Produtores de Arroz do Estado de Roraima.
O órgão de defesa do consumidor deu um prazo de cinco dias para que a entidade que representa os produtores de arroz justifique o aumento.
O diretor do Procon, Lindomar Coutinho, explicou que o órgão atua em função das inúmeras reclamações que circulam nas redes sociais.
“Estamos notificando a associação para saber o motivo do aumento do preço de arroz, já que a inflação está baixando. Não existe motivo aparente que justifique o reajuste, então vamos pedir explicação à associação”, ressaltou.
Nas redes sociais é comum ver as pessoas interagindo sobre a alta no preço do arroz. A servidora pública Leila Melo, que também é dona de casa, considera o aumento acima da média. “Esse aumento é absurdo e nos últimos dias aumentaram ainda mais”, contou.
Por conta do reajuste, Leila disse que na casa dela, para adequar o orçamento, já que o salário continua o mesmo, foi obrigada a reduzir pela metade o consumo do produto. “Antes desse aumento, comprava dez quilos para consumir durante o mês. Agora, estou comprando apenas cinco quilos e ainda fico buscando as melhores promoções”, disse.
Leila gastava antes do reajuste R$ 20,00 nos dez quilos de arroz, tipo 1, que é o de melhor qualidade. “Agora, quando encontro promoção, como nessa semana, paguei R$ 3,29 em cada quilo. Ou seja, a minha família está comendo a metade do arroz que comia e pagando R$ 16,45. Isso porque é preço promocional”, reforçou.
“Muito me surpreende esse aumento porque o arroz é daqui. De onde os produtores estão tirando tanta despesa para embutir no preço final?”, questionou.
A dona de casa Silvia Pereira da Silva é outra entre tantas famílias roraimenses que está sentindo no bolso o reflexo do preço do arroz, um produto primordial na cesta básica.
“Não bastava o preço do feijão. O reajuste do arroz foi um impacto no meu orçamento, mesmo eu comprando o que está na promoção. Creio que não há justificativa para o aumento, pois o arroz é produzido aqui em Roraima. Esse preço que está agora, é como se o arroz viesse de outros estados”, analisou.
Para tentar fugir da carestia, os consumidores estão sempre de olho nas promoções. Mesmo peregrinando nos estabelecimentos comerciais de gêneros alimentícios, está difícil fechar a conta do orçamento doméstico.
A servidora pública Clauten Lisboa disse na casa dela pouco se consome arroz, mas que se assustou ao se deparar com o reajuste. “Nada justifica esse aumento. A produção é daqui, não se paga frete e a colheita é feita por meio de máquinas”, observou.