O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes em Roraima (DNIT-RR) fez uma visita in loco nas obras da BR-432 no último sábado, 18, a fim de apresentar o andamento do trabalho, valores, prazos e os benefícios gerados à população. O asfaltamento vai da sede do município do Cantá, região Centro-Leste, até a vila Novo Paraíso, localidade também conhecida por quilômetro 500, no município de Caracaraí, região Sul do Estado, ligando a rodovia BR-401 a BR-174 e a BR-210.
Participaram da visita o secretário nacional de Infraestrutura do Ministério dos Transportes, Luciano Castro, e a bancada federal de Roraima, formada pelos deputados Abel Galinha (PDT), Carlos Andrade (PHS), Édio Lopes (PMDB), Hiran Gonçalves (PMN), Jhonatan de Jesus (PRB), Maria Helena (PSB), Remídio Monai (PR) e Shéridan (PSDB), que destinaram R$ 137 milhões no ano passado para a obra e manutenção de estrada.
Dividida em três lotes, as obras do lote dois, no valor de R$ 74 milhões, e do três, de R$ 91 milhões, foram iniciadas em outubro do ano passado. A previsão de entrega é fevereiro de 2019. Contudo, o engenheiro da obra, Maurício Gabardo, informou que, se os recursos forem garantidos, é possível que a entrega seja realizada no primeiro semestre de 2018. O consórcio vencedor dos lotes é formado pelas empresas Castilho, do Paraná, e Coema, de Roraima.
Tendo em vista que a região é atingida por muita chuva, Gabardo esclareceu que a solução foi fazer uma adaptação, a fim de propiciar uma drenagem melhor. “Com a solução pensada, conseguimos melhorar o escoamento superficial e corpo do aterro fica em condição de respirar melhor. A obra já está prevendo uma integridade por muito tempo”, disse. Mais de 250 pessoas estão trabalhando de forma direta e indireta.
Até o momento, dos cerca de 80 quilômetros que abrange os lotes dois e três, já foram concluídos aproximadamente 30 quilômetros de terraplenagem e drenagem. Para a obra são utilizados 120 equipamentos de terraplenagem do consórcio, duas centrais de britagem e uma usina de asfalto, conforme o engenheiro.
O secretário nacional de Infraestrutura, Luciano Castro, explicou que a obra só foi possível porque a bancada federal entendeu a importância dela. “As obras já haviam sido iniciadas com recursos do DNIT, mas teria um ritmo mais lento em razão do quantitativo. Quando tratei do assunto com a bancada, todos os deputados entenderam e concordaram em destinar uma emenda impositiva”, explicou. Com a emenda impositiva, o Governo é obrigado a liberar a verba. Segundo Castro, os deputados também têm ajudado no trabalho de manutenção das BRs 401 e 174 por meio de emendas impositivas.
Com a estrada pronta, o motorista de caminhão, por exemplo, poderá optar em seguir viagem pela BR-432 e não pela BR-174 sul. “Quando ele chegar no km 500, vai entrar para o Cantá e assim economizar 60 quilômetros”, comentou. (A.G.G)
Obras do Lote Um ainda não começaram
Pelo fato de as obras do Lote Um não terem iniciado, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes em Roraima (DNIT-RR), Pedro Christ, explicou o que aconteceu. Conforme relato, o contrato é feito por Recibo de Pagamento de Contribuinte Individual – RPCI, sendo assim, ele disse que a empresa ganhadora participou da concorrência sabendo dos limites do DNIT e do anteprojeto necessário, para então o contrato prever a elaboração.
No entanto, a empresa não apresentou, até o momento, um projeto que possa ser aceito. O superintendente esclareceu que a empresa foi comunicada, mas que não houve retorno. Diante do caso, foi aberto o Procedimento de Apuração de Responsabilidade, ou seja, se a empresa não apresentar um projeto viável, vai perder o contrato que já está assinado junto ao DNIT.
Christ ressaltou que a empresa tem um cronograma de execução de dois anos, assim como as demais, mas que havia um prazo para entregar o projeto básico, que não foi feito pela empresa. Os deputados federais questionaram a possibilidade de convocar outra empresa, mas o superintendente explicou que não pode chamar outra, sem antes haver o procedimento de apuração de responsabilidade. “Eles chegaram a protocolar um projeto, só que o problema do projeto protocolado é que não tem condições de aprovação. Eles deram um chute no projeto”, pontuou.
O secretário nacional de Infraestrutura do Ministério dos Transportes, Luciano Castro, disse que o dinheiro que não está sendo executado poderá, no final do ano, ser remanejado para os trechos que já estão sendo feitos, para que não seja perdido. Ele ainda acrescentou que uma solução preliminar foi encontrada para o lote um, que compreende os primeiros 12,9 quilômetros da rodovia. “Contratamos o Exército para fazer essa quilometragem. As obras devem começar em setembro. A decisão foi tomada para que o processo seja acelerado. O Exército é um convênio”, ressaltou.
OUTROS PROBLEMAS – O superintendente do DNIT aproveitou a ocasião para tratar, junto aos deputados federais, sobre o problema que o órgão está enfrentando nas obras da BR-174 norte. Segundo ele, as comunidades indígenas da Terra São Marcos querem uma compensação pela obra. Visando liberar a manutenção, Christ explicou que a proposta do DNIT é liberar 40 quilômetros, enquanto recuperam cerca de 35 quilômetros de vicinais nas comunidades, não descartando a negociação com os indígenas.
Christ ainda relatou que o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) chegou a assinar uma ata junto aos líderes indígenas sobre o acordo, mas que a decisão é colegiada. “Nos dias 22, 23 e 24 haverá reunião para decidir. No dia 24 já teremos uma resposta para saber se poderemos continuar com as obras depois do rio Parimé ou não”, finalizou. (A.G.G)