Cotidiano

Prefeitos de três cidades pedem ajuda para comunidades indígenas isoladas

Representantes da Funai, do setor de saúde indígena e Defesa Civil se reuniram com prefeitos para buscar reforços junto a União e ao Estado

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Diante do total de comunidades indígenas isoladas, localizadas nos municípios de Normandia, na região leste, Pacaraima, região norte, e Uiramutã, a nordeste do Estado, os prefeitos dessas cidades e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Distrito Especial de Saúde Indígena do Leste de Roraima (Dsei Leste) e Defesa Civil, se reuniram ontem, 24, para discutir as dificuldades de cada localidade e buscar reforços junto ao Governo Federal.

A Folha vem acompanhando os problemas causados pelas chuvas, principalmente em Uiramutã, desde o mês de maio, quando as comunidades indígenas ficaram isoladas e centenas de famílias desabrigadas. No entanto, a situação vem ficando cada vez mais complicada, tendo em vista o cancelamento de contrato feito pela empresa que realizava o transporte aéreo na semana passada.

Conforme o prefeito de Uiramutã, Dedeu Araújo, quase 40 comunidades se encontram isoladas, como Pedra Preta, Taboca e Serra do Sol. Sem o transporte aéreo, ele disse que não consegue entregar as cestas básicas. Além da alimentação, a assistência de saúde acaba sendo comprometida. Na semana passada, segundo ele, cinco pessoas morreram e nada pôde ser feito.

Mesmo com o apoio do Estado em relação às doações e transporte, com o cancelamento do contrato a situação está fora de controle. “O Governo Federal precisa olhar pra gente. É chocante para quem mora no começo do Brasil, no primeiro município do País, passar por isso. A gente já está pedindo a Deus para que ninguém mais venha a óbito”, lamentou.

O prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato, informou que nove comunidades estão sem acesso por terra. Ele disse que o objetivo junto à reunião foi conseguir apoio aéreo para resolver os problemas de alimentação e saúde. Das nove comunidades, três possuem no máximo 15 famílias e estão em uma situação melhor que as maiores, que possuem até 60 famílias. “É caso de urgência”, destacou.

Em Normandia, a situação se repete. O prefeito Gute Brasil relatou que a falta de acesso às comunidades prejudica principalmente a questão da saúde e o deslocamento para receber as alimentações. Com as chuvas, mais de 300 famílias perderam a principal fonte de alimentação, que são as roças. “Estamos buscando ajuda para conseguir donativos junto ao Estado e a União”, comentou.

FUNAI – Para o coordenador da Funai, Armando do Carmo, a reunião foi necessária para saber dos problemas junto às comunidades isoladas e unir forçar a fim de buscar ajuda para a saúde e alimentação. Durante a reunião, uma ata foi elaborada para ser encaminhada ao Governo do Estado e ao Governo Federal. Sobre o cancelamento do contrato por parte da empresa aérea, ele informou que ocorreu de forma amigável.

A Folha tentou entrar em conta com a empresa Paramazônia, mas não obteve resposta.

DEFESA CIVIL – Conforme o tenente Leonardo, representando a Defesa Civil na reunião, o Gabinete Emergencial está realizando a coordenação das ações de ajuda às comunidades que estão isoladas nos três municípios. A intenção é realizar o acesso junto às comunidades para o reconhecimento, a fim de avaliar o nível de estrago que foi feito na região, o nível de isolamento e saber de que maneira podem fazer a doação de cesta básica e agua potável. “Um dos objetivos é acertar um planejamento para que ainda esta semana já possamos começar a fazer uma ação em Pacaraima”, disse. (A.G.G)

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