Cotidiano

Portadores de Síndrome de Down têm tarde de interação

O final da tarde de ontem, 21, foi de interação, muita música e comemoração para mais de 50 portadores da Síndrome de Down, de pessoas com outras patologias e seus familiares. A ação fez parte da programação especial do Dia Internacional da Síndrome de Down que a Apae Boa Vista promoveu para celebrar a data em parceria com a Agência 7 Elos, na Ícone Clube, que contou com a parceria dos acadêmicos do 4° semestre do Curso de Psicologia da Faculdade Cathedral.

O presidente da Apae Roraima, Bruno Perez, disse que o encontro foi uma forma de integrar as pessoas atendidas. 

“Eles já fazem o tratamento diário, que é cansativo. São geralmente dois atendimentos por dia e vão de ônibus ou de lotação e ainda estudam. Resolvemos promover essa festa como forma de estimular ainda mais a integração entre eles e percebemos que estão aproveitando bastante, dançando e se divertindo muito”, disse. “Vemos pessoas que chegaram à Apae sem falar ou interagir e hoje estão conversando e dançando. Inclusive imigrantes venezuelanos”, relatou.

A Apae Boa Vista tem 300 pessoas cadastradas e são atendidas cerca de 110 por semana. São mais de 600 atendimentos nas mais diversas áreas de reforço na educação inclusiva, fisioterapia ocupacional, psicologia, além de assessoria jurídica e assistência social. A Apae funciona rua Edson Castro, 603, Bairro Liberdade. 

Perez ressaltou que a meta para este ano é aumentar o atendimento e passar a funcionar em outro centro maior. Para isso, acredita que vá contar com apoio do governo do Estado e da Prefeitura de Boa Vista.

“O governo já sinalizou com a doação de um novo local e já temos uma emenda do deputado Jorge Everton para reforma desse prédio. A prefeitura vai nos ajudar a entrar no Censo Escolar e ter acesso a recursos do Ministério da Educação, do nosso parceiro RoraiCap e dos voluntários que nos ajudam bastante”, informou. “A prioridade da Apae é para aquelas pessoas de baixa renda que não conseguem atendimento no Estado ou prefeitura, por não ter a especialidade ou por não ter vaga. A Apae é outra via de acesso para quem precisa”, ressaltou.

SUPERAÇÃO – A dona de casa Rosélia Moreira de Sousa é mãe de uma jovem de 14 anos portadora da Síndrome de Down. Ela conta que a Apae Boa Vista nasceu de uma necessidade e força de vontade dela pelas dificuldades que passou antes.

“A Apae Boa Vista existe por uma luta da minha filha Olga”, disse. “Além do Down, ela tem problemas cardíacos e num tratamento que fizemos em São Paulo conheci voluntários da Apae. Passei muitos anos tentando trazer a associação para Boa Vista”, acrescentou.    

“O início da realização começou há um ano e seis meses depois que o Bruno abraçou a causa e hoje a Olga evoluiu muito e está interagindo bem, já que era muito tímida e agora conversa, tira fotos e participa ativamente das aulas de reforço”, comemorou. (R.R)