Cotidiano

Polícia Civil nega falta de encaminhamento de inquéritos

Instituição ressalta que foram instituídos um mutirão e uma meta mensal de produtividade para auxiliar na conclusão de procedimentos

Polícia Civil nega falta de encaminhamento de inquéritos Polícia Civil nega falta de encaminhamento de inquéritos Polícia Civil nega falta de encaminhamento de inquéritos Polícia Civil nega falta de encaminhamento de inquéritos

Após denúncia publicada pela Folha, o Governo do Estado negou a informação de que as delegacias não estariam encaminhando seus inquéritos à força-tarefa recém-criada pela Polícia Civil, que visa evitar que os processos investigatórios sejam prescritos. Segundo o governo, os inquéritos instaurados após o ano de 2016 não são encaminhados para a Central de Flagrantes por serem recentes, “razão pela qual a elucidação dos fatos em apuração é melhor se realizada na unidade de origem”, porém, o Estado não deu maiores esclarecimentos sobre o volume de investigações anterior ao ano passado.

No entanto, a Polícia Civil de Roraima repassou dados sobre a instituição da Central Extraordinária de Expediente Cartorário (CEAC). De acordo com o órgão policial, a Central foi instituída através da Portaria N° 127/2017/GAB/DG/PCRR de 24 de fevereiro de 2017, em razão de um processo de modernização da gestão e da cultura organizacional iniciado com a criação da Central de Flagrantes (CF), em março de 2015.

Segundo a Polícia Civil, o objetivo da CEAC é alcançar no âmbito das Delegacias de Polícia Distritais e Especializadas, a resolução de crimes recentes, aumentar a eficiência do serviço público policial civil, propiciar um levantamento de dados de ocorrências criminais seguro e apto a possibilitar o estudo de indicadores estratégicos de criminalidade, compostos pelos crimes que, em tese, têm maior impacto na sensação de insegurança da população.

Em um segundo momento, já em 2018, a previsão é que seja iniciada a aplicação de um Sistema de Metas e Acompanhamento de Resultados, principalmente no que diz respeito ao controle de produtividade de autoridades policiais, agentes e auxiliares.

DEMANDA REPRIMIDA – A corporação ressaltou que a implantação da Central de Flagrantes e de Expediente Cartorário só foi possível graças a uma estabilização, ainda em 2016, de uma demanda reprimida e que as unidades estão funcionando com foco na produtividade, tendo os procedimentos baixados sido distribuídos de forma equilibrada entre as equipes.

O serviço da CEAC, segundo a Civil, é realizado por equipes formadas por uma autoridade policial, três escrivães e seis agentes. Além disso, somam-se os servidores de apoio administrativo responsável pela vigilância de presos que serão encaminhados à audiência de custódia junto ao Poder Judiciário Estadual, totalizando 61 servidores nas duas centrais.

De acordo com a polícia, as medidas de gestão são modelos em outros cantos do país, como o Rio de Janeiro e foram apenas aperfeiçoadas com as características das operações locais e as demandas específicas.

“Ressaltamos que as medidas que vêm sendo implementadas podem, eventualmente, ferir suscetibilidades e ‘zonas de conforto’, considerando que a introdução de processos novos e a melhoria naqueles já existentes, com a geração de novos conhecimentos, têm exigido mais de alguns servidores o que tem resultado em índices superavitários de produtividade”, informou ainda a Civil.

Civil fez mutirão para concluir procedimentos devolvidos pela Justiça

Além da Criação da Central Cartorária e de Flagrantes, a Polícia Civil informou que estabeleceu a estratégia de desenvolvimento de Planto de Trabalho com Meta Mensal de Produtividade, em 27 de setembro deste ano e instituiu o “Esforço Concentrado (Mutirão) para Redução, Tramitação e Conclusão de Procedimentos Policiais Devolvidos pela Justiça”, nos mesmos moldes de uma estratégia desenvolvida pela Polícia Civil do Estado de Rondônia.

Para a Civil, a execução das medidas já demonstra resultados. “Podemos constatar que no mês subsequente, em outubro de 2017, atingimos a meta de 429 procedimentos finalizados pela CF/CEAC em apenas um mês”, informou.

A Civil ainda fez uma previsão que, se a produtividade do mutirão e do plano de trabalho com meta mensal de produtividade, além do serviço da Central Cartorária e de Flagrantes for mantido, em um ano serão mais de cinco mil procedimentos finalizados, número superior a quantidade atual de procedimentos que se encontra atualmente na CEAC, algo em torno de três mil e quinhentos procedimentos.

Com relação à possibilidade de prescrição dos inquéritos, a Civil reforçou que os procedimentos “tramitam entre as unidades da Polícia Civil e o Ministério Público, e, eventualmente, o Poder Judiciário, sendo certo que a prescrição pode ocorrer durante esse trâmite em qualquer dessas instituições e não apenas na Polícia Civil”.

RECURSOS HUMANOS – Sobre a falta de servidores e recursos humanos que poderiam colaborar nas ações das forças tarefas, a Polícia Civil ressaltou que o “déficit no âmbito da PCRR é flagrante, tanto que o próprio poder público estadual encontra-se vigilante com a temática e, tão logo, ocorra a investidura dos novos servidores públicos, policiais civis, com a realização do concurso público, mais servidores serão redirecionados para aquela unidade”.

Por último, o Governo do Estado também informou que os procedimentos para realização de concurso foram anunciados. “O procedimento está em andamento e em breve será publicado o edital”, finalizou. (P.C)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.