A Polícia Militar de Roraima (PMRR) vai realizar ações em locais estratégicos, como semáforos e cruzamentos de Boa Vista, para fazer a retirada de ambulantes, intitulada Operação Visibilidade. Segundo a instituição, “o intuito é coibir o excesso de coação, intimidação ou constrangimento aos motoristas, dando assim segurança ao cidadão”.
Uma das primeiras ações foi realizada na tarde de terça-feira, 30, quando policiais militares, em viaturas que não estavam em atendimento de ocorrência, se deslocaram até semáforos e fizeram um trabalho de orientação e retirada de ambulantes. A operação foi possível, segundo a PM, por conta de uma determinação do Comando Geral para o cancelamento de dois dias de expediente de policiais que atuam em setores administrativos.
Ainda segundo a corporação, o comando da PM esteve presente nos locais, informando aos venezuelanos, que são maioria dos ambulantes, sobre possíveis excessos na prestação de serviços, como limpeza dos para-brisas e venda de produtos, além de alertar sobre algumas leis de trânsito, para que não transitem entre os carros. Caso isso aconteça, eles serão conduzidos a delegacias e a documentação será verificada.
RELEMBRE – Há aproximadamente três meses, guardas civis municipais de Boa Vista fizeram uma ação no cruzamento das avenidas Brigadeiro Eduardo Gomes e Venezuela para a retirada de migrantes venezuelanos que comercializavam produtos e prestavam serviços, como a limpeza de para-brisas de veículos. (E.S)
Imigrantes venezuelanos discordam de ações da PM e Guarda Municipal
De acordo com o venezuelano Romeu Cherles, de Caracas e que está em Boa Vista há cinco meses comercializando batatas fritas nos semáforos, as ações da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal prejudicam as pessoas que estão fugindo da crise econômica da Venezuela.
“A Polícia Militar e a Guarda Municipal não estão entendendo que estamos fugindo da fome do nosso país e, aqui no Brasil, esse é o único meio de vida que encontramos até o momento para sobreviver”, disse, se referindo à venda de produtos.
Segundo outro venezuelano, Josué Cancez, que está no Brasil há um mês e limpa para-brisas de carro em semáforos, a situação dos conterrâneos é muito complicada, pois agora estão sendo impedidos de trabalhar no Brasil nos sinais de trânsito, de onde ele está tirando seu sustento desde que chegou a Boa Vista.
“Agora não sei mais o que fazer. Na Venezuela, não temos como viver. Vim para o Brasil em busca de sobreviver. Me alimento do dinheiro que consigo nos sinais. Agora não podemos mais trabalhar. Como vamos comer?”, questionou. (E.S)