Ofensas disfarçadas de comentários ácidos e até piadas de mau-gosto. Essas são práticas muito comuns em ambientes profissionais, segundo dados de uma pesquisa feito com a população brasileira. O levantamento apontou que 71,6% dos entrevistados já se ofenderam com ‘brincadeiras’ de outras pessoas.
Ao todo foram entrevistadas 500 pessoas residentes em todas as regiões do país, no mês de março deste ano. Os entrevistados tiveram acesso a 10 perguntas sobre experiências pessoais, cultura brasileira e supostas ‘brincadeiras’ ofensivas. A pesquisa foi realizada pela Preply, uma plataforma online de aprendizagem de idioma que conecta professores e alunos.
Dos ambientes citados, o local de trabalho aparece em primeiro lugar onde as ofensas costumam acontecer (62,6%), seguido da internet (61,2%), em reuniões com amigos (56,8%), ambientes escolares (49,6%), eventos sociais (48,2%) e espaços públicos (44,2%).
O ambiente familiar também aparece como um dos lugares onde as brincadeiras passam do ponto. Os entrevistados revelaram que ouviram comentários negativos dos pais (25,2%), tios (37,6%) e primos (39,8%).
Os três tópicos que mais aparecem nas ‘piadas’ são: mensagens sexistas (56,6%), comentários negativos sobre aparência física (55,8%) e injúrias racistas (54,4%). Citadas como exemplo, as ‘brincadeiras’ sexistas envolvem mulheres loiras e sogras. Na questão da aparência física, as observações pejorativas ocorrem normalmente sobre pessoas gordas.
Em seguida aparecem comentários em tons negativos sobre a população LGBTQIA+ (45,2%), intolerância religiosa (35,6%), pessoas em situação de vulnerabilidade social (29,6%) e pessoas com deficiência (30%).
Maioria dos brasileiros também já reproduziu piadas de mau gosto
Ao mesmo tempo que já se sentiram ofendidos, a maioria dos entrevistados admitiu que já reproduziu ofensas e piadas de mau gosto, um percentual de 56,2%. A cada 10 entrevistados, cinco responderam que fazem ou já fizeram alguma ‘brincadeira’ considerada inapropriada. O detalhe é que muitos deles fazem parte justamente dos grupos que disseram que já foram ofendidos com certas piadas de terceiros.
Outro tópico apontado na pesquisa é que mesmo ao ouvirem piadas que avaliam como insensíveis, poucas pessoas tomaram alguma atitude a respeito. Somente cerca de 10% das pessoas manifestaram desaprovação (13,6%) ou educaram os demais sobre os impactos negativos (11,4%) desse tipo de comentário.
