Cotidiano

Para fugirem da rua, venezuelanos dormem no chão de prédios públicos

Estrangeiros têm buscado as feiras-livres e a rodoviária como abrigo para passar a noite com seus filhos

Para fugirem da rua, venezuelanos dormem no chão de prédios públicos Para fugirem da rua, venezuelanos dormem no chão de prédios públicos Para fugirem da rua, venezuelanos dormem no chão de prédios públicos Para fugirem da rua, venezuelanos dormem no chão de prédios públicos

Centenas de venezuelanos que passam o dia pedindo esmolas nas ruas de Boa Vista têm utilizado prédios públicos como abrigo para passar as noites. Os estrangeiros, a maior parte formada por indígenas, ocupam as feiras do Passarão, no bairro Caimbé (zona Oeste), do Produtor, no São Vicente (zona Sul), e até a Rodoviária Internacional de Boa Vista, no bairro 13 de Setembro (também na zona Sul), para fugir das ruas.

A imigração desenfreada de venezuelanos, que fogem de uma grave crise humanitária vivida no país vizinho, obrigou o Governo do Estado a criar um gabinete de emergência para atender aos estrangeiros que atravessam a fronteira em busca de melhores condições de vida em Roraima.

Desde o dia 1º, uma unidade móvel da Defesa Civil tem percorrido a Capital no sentido de fazer um cadastro dos imigrantes. Conforme o levantamento apresentado, foram detectadas na cidade 580 pessoas em situação de vulnerabilidade social, dentre elas 160 venezuelanos na Feira do Passarão (a maioria em situação de prostituição e outras atuando com artesanato), 110 pessoas nos semáforos, sete famílias em ocupações irregulares e 40 pessoas na Rodoviária Internacional.

A assistência aos venezuelanos tem sido uma das ações em desenvolvimento do gabinete, que é coordenado pela Defesa Civil de Roraima. “Temos que compreender que esse tipo é um trabalho das três esferas do poder, federal, municipal e estadual. O Governo do Estado está buscando por meio de gabinete por gestão da defesa civil, articular com os órgãos desse sistema para buscar soluções e atender as pessoas da melhor forma possível”, disse o tenente-coronel Doriedson Ribeiro.

Segundo ele, a possibilidade da criação de abrigos para os imigrantes não resolveria o problema. “Colocar as pessoas em abrigo não é solução, porque podemos criar outra problemática. A assistência será o nosso foco de atenção a partir de agora. Estamos buscando parceria com entidades municipais e órgãos governamentais da união que possam nos dar apoio nesse sentido, além de buscar recursos para trabalhar orientação, saúde e todo um sistema em volta do atendimento”, destacou.

Criado há menos de um mês para tratar a situação da imigração intensa que tem ocorrido este ano em Roraima, o Gabinete Integrado de Gestão Migratória já realizou 1.296 atendimentos. Cerca de 80 por dia, sendo 56% relacionados a turismo, 4,25% residência em Roraima, 16,78% comércio, 9,24% trabalho e 13,01% outras demandas.

Conforme Ribeiro, o apoio de órgãos será fundamental para a prestação de assistência aos estrangeiros. “Não se pode apenas colocar em um ambiente, antes disso temos que trabalhar tudo em volta para funcionar por meio do sistema. O gabinete foi criado e estamos agregando esses organismos para dar assistência e apoio necessário aos imigrantes, mas principalmente para as pessoas que estão em situação de rua”, explicou.

O tenente-coronel informou que a Defesa Civil receberá representantes da Federação Humanitária Internacional para tratar sobre a questão. “Recebemos representantes dessa entidade e vamos nos reunir nesta sexta-feira para tratar sobre o trabalho assistencial que pode auxiliar o gabinete com essas pessoas que estão em vulnerabilidade social”, frisou. (L.G.C)

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