Após inúmeras denúncias de superlotação e mau atendimento, a Folha esteve na manhã dessa segunda-feira, 22, no setor de emergência do Hospital Santo Antônio. Segundo um funcionário, apenas três profissionais estavam atendendo. Às 10h, a reportagem registrou a saída de um dos médicos. De acordo com um pai que tem levado o filho desde sexta-feira, 19, ao hospital, é comum médicos saírem alegando que vão almoçar ou jantar e não retornam mais à unidade.
“Ontem à noite, na vez do meu filho ser atendido, a médica saiu para jantar e não voltou. Além da demora para que outro médico nos atendesse, minha esposa ainda foi destratada pelo médico cubano,” contou o pai.
Alguns responsáveis até desistem de esperar as consultas de emergência.
“Não sei para onde levarei a criança, mas aqui não tem condição nenhuma de ficarmos. Todas as crianças que estão na recepção ainda nem passaram pela triagem. Fomos mal atendidos porque queríamos informações, imagina se ficássemos,” relatou a tia de uma da criança de colo.
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De acordo com outra mãe que não quis ser identificada, responsáveis pela triagem e acolhimento também não possuem treinamento adequado para identificarem as gravidades e definirem prioridades de atendimento.
“Deixei uma senhora passar na minha frente porque o bebê dela estava com muita febre. Ele poderia ter convulsão a qualquer momento. Os funcionários não podem definir qual a faixa de risco em que as crianças se encontram. Se estamos aqui, é porque algo urgente precisa ser resolvido,” relatou a mulher.
A Folha tentou contato com a Prefeitura de Boa Vista, responsável pela administração do Hospital Infantil, mas assim como em todas as outras solicitações de esclarecimentos, não foram obtidas respostas.
