Pais de alunos cobram solução quanto aos problemas na estrutura física do prédio onde atualmente funciona a Escola Estadual Presidente Castelo Branco, localizada em Caracaraí, centro-sul do Estado. Além dos transtornos e riscos diante da precariedade nas instalações da unidade do campus da Universidade Estadual de Roraima (UERR), onde os alunos estudam provisoriamente há cinco anos, os responsáveis denunciam que os estudantes estão sendo liberados mais cedo devido à falta de merenda escolar.
Por decisão dos pais, que temiam riscos à integridade física dos filhos, as aulas ficaram suspensas por 17 dias, sendo retomadas na segunda-feira, 18, depois que a Defesa Civil do Estado realizou, na quarta-feira passada, 13, inspeção para verificar se o prédio oferece condições para continuidade das atividades educacionais. “A Defesa Civil não emitiu nenhum laudo oficial atestando as reais circunstâncias”, disse a membro da Comissão de Pais e Responsáveis da Escola, Patrícia Ventura Marcelino.
Ela afirmou que, mesmo não havendo laudo, a Defesa Civil informou, extraoficialmente, que problemas estruturais foram constatados. “Os engenheiros verificaram que não há escoamento de água no prédio. A recomendação expressa da Defesa Civil é que, quando chover e continuar os alagamentos nas salas de aula, os alunos deverão deixar o local imediatamente sob risco de eletrocussão, pois a fiação elétrica também está em péssimas condições. Precisamos de toda a situação registrada em documento”, exigiu Patrícia.
O CASO – No dia 1º de julho, os pais decidiram que o melhor era não deixar os filhos irem à escola, devido às precariedades estruturais constatadas por eles e por engenheiros, como goteiras, infiltrações, rachaduras nas paredes, problemas nas instalações elétricas, constantes alagamentos, entre outros. No mesmo dia foi instituída a Comissão de Pais e Responsáveis, que realizou no dia 4 deste mês uma manifestação com a presença de alunos, pais e alguns professores. Eles realizaram uma caminhada até a frente do prédio da escola, que está em reforma há quase seis anos.
Na ocasião, eles reivindicaram a conclusão das obras na escola e a melhoria das condições da unidade da UERR, onde cerca de 572 alunos dos ensinos Fundamental e Médio estudam nos períodos da manhã e tarde.
Também chamaram a atenção dos políticos, principalmente dos locais, quanto à situação dos estudantes, que não possuem local adequado para estudar. No dia 7 de julho, a Comissão elaborou um ofício, que foi encaminhado à Defesa Civil do Estado, solicitando a vistoria.
A decisão é que os alunos ficassem afastados das salas até uma solução. Mesmo não havendo o laudo da Defesa Civil, as aulas foram retomadas na segunda-feira passada em comum acordo. No entanto, os pais exigem um posicionamento documentado por parte do órgão fiscalizador e de defesa social. “Não bastasse a precariedade da estrutura física, os estudantes estão ficando sem recreio para serem liberados mais cedo, por não haver merenda escolar”, denunciou Patrícia.
GOVERNO – Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) informou que o problema de alagamento no prédio do polo da UERR, onde os alunos da escola Estadual Presidente Castelo Branco estão estudando, ocorreu devido ao entupimento das calhas. “Com isso, a diretora da escola convocou uma reunião com os pais dos alunos no dia 1º de julho e resolveu antecipar o recesso escolar. A Seed, ao tomar conhecimento da situação, enviou imediatamente uma equipe de engenharia para providenciar a limpeza nas calhas, de forma que o recesso escolar foi interrompido e as aulas já foram retomadas”, informa a nota.
Com relação à obra no prédio da escola, a nota esclarece que foi necessário extinguir o processo de licitação para iniciar um novo projeto de reforma e uma nova licitação. “A equipe de engenharia da Seed fez o levantamento das necessidades e elaborou o projeto para licitar. A obra já foi empenhada e os trabalhos devem começar ainda neste semestre”, garante.
A nota informa ainda que engenheiros da Seed e da UERR avaliaram a estrutura e emitiram laudo garantindo que o prédio está em boas condições físicas e não oferece riscos para os usuários. Quanto à merenda escolar, a informação é que o processo do pregão eletrônico está em fase final. “Assim que for concluído, a compra da merenda escolar inicia imediatamente”.
Referente ao laudo da Defesa Civil, não houve posicionamento, assim como não foram informadas que constatações houve na vistoria. (A.D)