Cotidiano

Órgãos desenvolvem rede de proteção

Número de atendimentos envolvendo abuso sexual de crianças e adolescentes saltou de 1,8 mil, no ano passado para 2,1 mil este ano

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Apesar do baixo número de ocorrências envolvendo a exploração sexual de crianças e adolescentes em Roraima este ano, que registrou somente seis casos revelados, o assunto preocupa representantes de órgãos que trabalham de forma intensiva no combate ao turismo sexual, que vem se expandindo em vários estados do país.

O tema foi destaque no Seminário de Sensibilização do Programa Turismo Sustentável e Infância, que tratou sobre a prevenção e o enfrentamento da exploração de menores, reunindo representantes do Ministério do Turismo (MTUR), Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Departamento de Turismo de Roraima (Detur) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Segundo o coordenador-geral de proteção à família do Ministério do Turismo, Adelino Silva Neto, Roraima tem sido um destino turístico importante, estando entre os 65 destinos mais procurados do país, o que o fez fazer parte de uma rede de proteção estabelecida. “O objetivo hoje é fortalecer essa rede, a partir de quatro linhas de trabalho com ações de conscientização, campanhas permanentes, multiplicadores do tema e inclusão produtiva das vítimas de exploração”, disse.

Conforme ele, de 2003 a 2015, mais de quatro milhões de denúncias envolvendo violação de direito dos menores foram feitas em todo o país. “O que nos interessa é a questão da exploração sexual de crianças. Queremos erradicar do cenário turístico essa questão. Em Roraima, a ideia é fortalecer o assunto dentro de um plano nacional”, destacou.

O diretor do Departamento de Turismo de Roraima, Ricardo Peixoto, informou que o Estado vem trabalhando de forma ativa na proteção de vítimas da exploração sexual e que está buscando tratar o problema para que os casos não se tornem recorrentes. “A nossa prevenção é mostrar a hotéis, motéis e pousadas a realidade de que turismo sexual não é turismo, mas sim um crime. Com esse esclarecimento é que a gente busca inibir essa prática”, ressaltou.

Em parceria com a PRF, o órgão realiza fiscalizações em estabelecimentos na Capital e, principalmente, em rodovias, municípios do interior e até em comunidades indígenas. “Estamos mostrando números que estavam escondidos debaixo do tapete. Estamos fiscalizando, mas é um trabalho cansativo e precisamos da participação popular”, enfatizou.

Os estabelecimentos que derem guarita a exploradores também estão sujeitos às penalidades da lei, podendo inclusive ser fechados. “É por isso que partimos de um processo de conscientização mutua, para que a gente não tenha que punir esses locais”, disse Peixoto.

De acordo com a psicóloga do Centro de Referência Especializada da Assistência Social (Creas), Mônica de Lima, apesar do número de denúncias envolvendo a exploração sexual infantil ser baixo no Estado, a demanda de atendimento tem crescido. “Por meio do Serviço de Enfrentamento à Violência de Crianças e Adolescentes, temos recebido uma porcentagem grande de atendimentos”, afirmou.

Segundo dados do Creas, os atendimentos voltados ao abuso sexual e violência infantil em Roraima saltaram de 1,8 mil, em 2014, para 2,1 mil somente nos nove primeiros meses em 2015.

DISQUE DENÚNCIA – Além do Disque 100, a população também pode denunciar abusos a crianças e adolescentes por outros meios: o 0800 280 9534, os disques 180 e 190 e a rede de acolhimento formada pelo Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), no 3224-3807, e Família que Acolhe (FqA), no 3621-6055. (L.G.C)

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