O período de desova dos quelônios na região do Baixo Rio Branco, no município de Caracaraí, Sul do Estado, será protegido pela Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A ação se faz necessária devido à captura ilegal do animal, que ocorre antes mesmo da eclosão dos ovos. Para que o trabalho seja feito de maneira adequada, a Femarh terá uma base na região, que servirá para fiscalização.
Em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha AM 1020, o presidente da Femarh, Rogério Martins, informou que a desova dos quelônios ocorre no mês de novembro. Ele relatou que a captura predatória ocorre já neste período. “Hoje a captura destes animais é ilegal em qualquer período do ano devido ao risco de extinção e por questões de equilíbrio da natureza. Os criminosos capturam os ovos para que eles eclodam em cativeiro”, explicou.
Ele frisou ainda que o trabalho será feito em parceria com o ICMBio, que também atua na região. “Nós contamos com este apoio, que é mais do que fundamental neste processo. As duas instituições, em parceria, têm mais equipamentos e pessoal à disposição para o trabalho de defesa dos quelônios”, disse Martins.
Para que a fiscalização seja feita de forma efetiva, a Femarh irá montar uma base na região. O espaço utilizado será a estrutura da Casa do Produtor Rural (CPR), que funcionava apenas sob a administração da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
“A partir de agora, nós iremos dividir esse espaço com os técnicos agrícolas da região. A Seapa continua oferecendo os mesmos serviços, enquanto que a Femarh promove o trabalho de proteção ambiental, porém ficaremos responsáveis pela reforma e pelo pagamento das faturas de água e energia”, explicou.
De acordo com Martins, a presença da Femarh no local vai possibilitar melhor fiscalização na região. “Passaremos a fazer um monitoramento mais eficaz na região. E com a presença de um efetivo permanente no Baixo Rio Branco, teremos o apoio necessário para evitar os crimes ambientais que ocorrem por lá”, afirmou.
Alguns crimes ambientais que ocorrem na região de forma descontrolada também serão evitados, inclusive os praticados por pescadores do Amazonas, que vêm por meio do Rio Branco e prejudicam os próprios ribeirinhos. “Além de preservar, a fiscalização vai evitar que grandes embarcações vindas do Estado do Amazonas entrem no Rio Branco para fazer pesca predatória tanto de peixes quanto de quelônios”, disse.