Cotidiano

Operação Sentinela é extinta e deixa fronteiras vulneráveis

Ação que servia para combater crimes transfronteiriços deixou de ser realizada

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A fragilidade das fiscalizações nas barreiras nas estradas de acesso a Boa Vista pode ser constatada com o livre mercado de entorpecentes em alguns pontos da cidade, como na área Caetano Filho, conhecida como Beiral, no Centro da Capital, e no bairro Senador Hélio Campos, Zona Oeste. A Operação Sentinela, da Polícia Federal (PF), não está mais sendo realizada em Roraima, ação que servia exatamente para coibir crimes transfronteiriços, incluindo o tráfico de drogas, com patrulhamento terrestre, fluvial e em barreiras policiais nas rodovias para evitar que ilícitos entrassem no Estado.

A Operação Sentinela era realizada desde maio de 2010 em todo o Brasil em uma parceria entre a Polícia Federal, PRF e Forças Armadas dentro do Plano Estratégico de Fronteiras do Governo Federal. O resultado é que a falta de fiscalização constante nas barreiras e regiões de fronteira faz a criminalidade crescer.

Muitos casos de violência são decorrentes do consumo e do tráfico de drogas. Só na Capital, ocorre, em média, um assalto nos bairros a cada hora, de acordo com os registros realizados nas delegacias. Aproximadamente quatro veículos são furtados por dia, conforme dados da Delegacia de Roubos e Furtos, publicados no início de junho pela Folha. O mais é comum é que estes veículos sejam negociados por drogas, principalmente maconha, na Guiana, fronteira Leste do Estado.

Quando a fiscalização é intensa, o resultado é positivo, com a apreensão de grandes quantidades de todos os tipos de entorpecentes e outros ilícitos, como já ocorreu em diversas operações realizadas em parceria pelos órgãos de segurança, como a PF, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Exército Brasileiro e outros.

No entanto, as barreiras passam vários momentos do dia e da noite sem que os motoristas sejam abordados, conforme revelou a Folha no dia 26 de maio deste ano, o que deixa as entradas de acesso à Capital vulneráveis para todo tipo de crime.

GOVERNO – Em nota, a Secretaria estadual de Segurança Pública (Sesp) confirmou que a Operação Sentinela era realizada por meio de convênio pela Polícia Federal dando suporte às atividades dos diversos órgãos de segurança pública estaduais nas regiões de fronteiras, mas o convênio expirou.

Ressaltou que o trabalho de fiscalização está ocorrendo por meio do Programa de Videomonitoramento, que é resultado de convênio entre o Ministério da Justiça e Cidadania, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e o Governo do Estado. É um programa de segurança inserido no plano da Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron).

Informou que a cidade de Bonfim, na fronteira com a Guiana, foi a primeira do Estado a receber o equipamento. Segundo informações da Sesp, nos primeiros dias de funcionamento, foi possível recuperar duas motos com restrição de roubo e furto, deter duas pessoas por infringirem a Lei Maria da Penha, além de outras prisões, incluindo situação de contrabando.

PF – A Folha entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Polícia Federal, via e-mail, para saber se há previsão do retorno da Operação Sentinela e como estão sendo desenvolvidas as fiscalizações atualmente nas fronteiras, mas não obteve resposta. (A.D)

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